Trecho de reportagem da revista alemã Der Spiegel (no UOL, só para assinantes): "Tribos brasileiras lutam por suas terras". - O fato de que alguns fazendeiros não têm limites é bem conhecido. Cerca de 564 integrantes de tribos indígenas foram assassinados no Brasil na última década, 319 só no Mato Grosso do Sul. Em fevereiro, três vigilantes rurais mataram a tiros um menino de 15 anos, só porque ele queria pescar na propriedade. O governo, enquanto isso, capitulou para o lobby ruralista. Quando a presidente Dilma Rousseff visitou o Mato Grosso do Sul em abril, os fazendeiros a vaiaram. Logo depois, ela concluiu uma mudança radical na política indigenista, congelando os planos de expansão das reservas. Ela também pretende modificar o processo de aprovação. A Funai (Fundação Nacional do Índio) um órgão dirigido por antropólogos – é atualmente encarregada de desenhar as novas fronteiras. Mas Rousseff agora quer consultar outras organizações, entre elas a Embrapa, um instituto de pesquisa agrícola ligado aos fazendeiros brancos. "Rousseff privou a Funai de seu poder", diz o ex-padre Egon Heck, brasileiro de origem alemã, da organização de ajuda da igreja Cimi. A produção dos grandes proprietários rurais contribui substancialmente para a receita de exportação do Brasil, e os fazendeiros sempre encontram um ouvido solidário na presidente. Por outro lado, ela nunca se reuniu com os parlamentares que representam os povos indígenas. "Eles não têm nenhum lobby", diz Heck.
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 17:48:50 +0000