A prática de rezar com uma palavra ou frase da Escritura foi - TopicsExpress



          

A prática de rezar com uma palavra ou frase da Escritura foi trazida para o Monaquismo Ocidental através da prática da Lectio Divina. Mais tarde ela seria articulada de um modo mais formal. Acompanhando Cassiano, ocorreram outros desenvolvimentos no pensamento sobre oração na tradição do deserto. Talvez o mais importante desse período, que continua na tradição Ortodoxa Oriental até os nossos dias, foi o desenvolvimento da Oração de Jesus como uma forma potente e onipresente da "lembrança de Deus". Acredita-se no poder do santo nome de Jesus, que por si só contenha um poder purificador e um efeito salvífico, além da ajuda psicológica em abandonar-se os pensamentos perturbadores. A tradição oriental da oração do deserto é talvez melhor expressa por João Clímaco, um monge que viveu próximo ao Sinai por volta do ano 600. Ele advocava a oração de uma frase, chamada de "monologistos". Ele acrescentou a dimensão de se harmonizar a oração com a respiração. Em sua "Escada à Ascenção Divina", ele dá a dimensão maior da prática contemplativa oriental ortodoxa. A prática é a seguinte, e um degrau conduz ao próximo: 1 - Quietude de pensamentos (apotheseis), e 2 - a lembrança de Jesus unida à respiração, conduzindo à apreciação da quietude (hesychia). A fase inicial é desligar-se de distrações na prática do monologistos, a fase do meio é a concentração no que está sendo dito, e a conclusão é o arrebatamento no Senhor. O resultado dessa prática é a conversão de todo desejo, num único, Deus. "Conheço hesycastas cujo ímpeto incendiado para Deus é ilimitado. Eles geram fogo por fogo, amor por amor, desejo por desejo." - João Clímaco. O uso da "Oração de Jesus" ou "Oração do Coração", passa por um desenvolvimento maior nos nossos dias, na tradição oriental. E Philotheus do Sinai, em seus "Escritos sobre a Filocalia na Oração do Coração" também amplia a psicologia dos pensamentos, pecado e vícios. Ele descreve a habilidade da mente em resistir ao abandono dos pensamentos e por conseguinte, obter maior liberdade. Ele também fala do processo de enredar-se em armadilhas dos pensamentos, como: 1 - impacto - o primeiro estágio quando o pensamento ou imagem surge na mente, 2 - (combinação) identificaçao - quando a mente se ocupa com algum desejo ou interesse do pensamento ou imagem, apego, ao invés de desapego, 3 - mesclando-se com - o envolvimento ativo do desejo com o pensamento ou imagem escolhida, 4 - captura - a imagem ou pensamento se torna escolha ativa em direção à ação ou dependência, ou completo envolvimento no pensamento ou imagem, em desacordo com a busca de Deus. Esta compreensão é consistente com as teorias cognitiva/afetiva e cognitiva/comportamental atuais. Em resumo, desde os tempos dos padres e madres do deserto os monges têm procurado aprofundar sua busca e experiência de Deus. Nessas buscas e descobertas, temos o essencial daquilo que sabemos ser uma prática bem formulada da Oração do Coração. Estas incluem, primeiramente, a teologia da Presença que nos habita, e a assertiva que a promessa dos Evangelhos de Jesus se realiza em nosso despertar para, bem como nossa entrega total e refúgio na Vida de Deus, no Centro de nós mesmos. O outro ensinamento essencial é que há um método simples, uma maneira de consentir e vencer os obstáculos de nossos próprios pensamentos, parte inerente da nossa condição humana, na mais profunda paz, alegria e completa transformação em Deus, rezando em silêncio e quietude, no centro mesmo de nosso ser, o Coração. E podemos facilitar esse processo simplesmente nos estabelecendo numa "Palavra Sagrada" que é o nosso símbolo de entrega radical e refúgio na Presença do Deus que nos habita. Com o tempo, nossa Intenção de Amar, o grande mandamento de Jesus, é a prática purificada e o compromisso fortalecido que contagia toda nossa prática de oração, toda nossa vida, levando ao completo abandono em Deus. E ao final, os frutos dessa transformação em Deus nos conduzem a uma crescente capacidade de amar a Deus, a nós mesmos, aos outros, ao mundo em que vivemos e a
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 21:31:44 +0000

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