Aos que estão acompanhando, referente às questões (e - TopicsExpress



          

Aos que estão acompanhando, referente às questões (e denúncias) que envolvem o circuito Fora do Eixo, também tenho minhas experiências desagradáveis. Já publicizei há tempos meu afastamento completo desse circuito, quando era vinculado ao já extinto Macondo Coletivo, bem como costumo postar críticas sobre o modo de operar desse grupo, discutindo principalmente suas contradições práticas. Uma vez que a Mídia Ninja toma visibilidade nos tradicionais veículos de comunicação, é convidada para um programa de entrevistas nacionalmente disseminado e escala de maneira oportuna o "líder" do Fora do Eixo, nada mais compreensível que ocorra essa enxurrada de denúncias e críticas. Há os que querem ver oportunismo na nova eclosão crítica, como há os que realmente não conseguem ligar os pontos. Eu vejo diferente. É um transbordamento dxs tantxs que criticavam dispersamente suas contradições e abusos. A rede está devorando o FdE e isso tem seu lado positivo para todos os envolvidos. Basta saber se transformar. É um processo de defasagem que abre possibilidade para a articulação, para outra fase. A Mídia Ninja trabalha na mesma lógica de comunicação do FdE, constituindo outro canal pela centralização de mídia própria ou na captura de mídia espontânea. Uma “batalha memética”? Pode ser. Há os que já usam ninja como sinônimo de mídialivrismo. Eis uma infecção de meme saborosíssimo para captar os idealizadores terem mais poder no mercado da cultura e comunicação. A meu ver, a potência está na pulverização da mídia livre, mídias que se comunicam ou se embatem, em uma diversidade de nomes, marcas, formas de pensar e lugares de atuação. O que vejo na Mídia Ninja é uma gestão de uma marca através de registros brutos de acontecimentos. Deem uma navegada na página para ver se tem algum outro ponto de mídia sendo compartilhado pelo “share”. Atravessa uma arquitetura para simular o poder político, que funciona muito bem no feicibuqui. Uma iniciativa interessante? Certamente. Mas é o suficiente? Não só é boa a existência de iniciativas como a dos Ninjas, como também é importante a criação/fomento de outras que estão aí, outras tantas por vir. "Multidão de Mídias", ao invés de "Mídia da Multidão". Ao contrário do que muitos tentam desqualificar, como argumentum ad hominem, ainda que meu envolvimento com o FdE tenha sido não só de força de trabalho artístico mas de entusiasmo político, minhas críticas voltam-se estritamente aos meios pelos quais o circuito vem se difundido, o que atravessa sua simulação de conteúdo social (simulação por si mesma), gestão de marca (branding) e centralização de poder. São críticas a nível prático compartilhadas por muitos colegas que fizeram parte do mesmo coletivo que eu. Foram afastamentos causados por discordâncias sobre o modo de atuar e se organizar, fortemente vinculado à sistemática do FdE. Inclusive, há de se salientar que "a sobra" da dissidência correspondeu, logo após a dissolução do Macondo Coletivo, aos proprietários da casa noturna que tinha o mesmo nome (Macondo Lugar), suas respectivas companheiras e demais empregados. Quatro pessoas que subiram na rede Fora do Eixo, três delas ainda atuantes e completamente estruturados por um vocabulário específico de trabalho. Rede esta que, em minha perspectiva compartilhada entre colegas, colaborou para colonizar nosso tempo e distanciar um interesse por ações locais, de contribuir para a dinâmica cultural na cidade. Alguns entram nisso como colaboradores; outros não acompanharam o momento de se pensar enquanto grupo. São adesões para uma sistemática já em funcionamento. Éramos cerca de 30 engajados e voltados à arte e cultura de Santa Maria. Só que a sobra, em específico, construiu carreira e visibilidade pública a partir das práticas coletivas não apenas suas. Não quero me delongar mais nesse post, escrevo para frisar o afastamento anteriormente anunciado. Existem outros elementos que, se tiver estômago, posso vir a comentar. Agora realmente estou com preguiça disso. Há todo um esquema que busca abafar críticas de rede. Eu bem o conheço. Não é de agora que publicizo essas considerações. “Preguiçoso”, inclusive, era um das desqualificações atribuídas aos que criticam o modo de operar da rede. Acompanhado de “rancorosos”, cheios de “estrelismo” e tudo o que fosse necessário para abafar a diferença em determinados casos. Há os que ainda o fazem, apontado possíveis “zonas de conforto crítico”. Mesmo após um ano de dedicação à causa coletivar em rede chanceladinha. É de rir. Pra esses daí, quero mais é ser Macunaíma mesmo! Sigo com colegas e amigos em atividades culturais focadas na cidade e no “menor” para a arte contemporâna. Menor enquanto contraposição de um modelo majoritário que quer ser replicado. Antes mesmo de nos relacionarmos com o FdE, criamos um projeto chamado Sala Dobradiça, que buscou atravessá-lo, mas, para manter a consistência poética do grupo, saímos e nos tornamos uma sala de exposição de arte contemporânea em potência instituinte. Não temos lugar, as vezes montamos, as vezes fomentamos encontros. A primeira proposição da Dobradiça foi sua própria marca, um esquema de ação “faça você mesmo”. Nós, enquanto grupo, queremos nos recombinar a outros diferentes de nós. Não tem nada a ver com expandir um modelo de operação sistemático, com valores já cristalizados. Gosto muito desse trabalho e do modo como trabalhamos enquanto grupo. Sem liderança, no presente, na medida do possível, entrelaçado a outros afazeres que precisamos tomar na vida. Por ora é isso. Meu apoio total ao movimento crítico sobre a organização Fora do Eixo. É muito importante tudo isso que acontece. Estamos na ativa!
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 05:15:49 +0000

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