Boletim Diário – 11/09/2013 Bolsa de Chicago (CBOT) Os contratos futuros de soja negociadas na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta terça-feira com variações mistas, ainda dando continuidade aos movimentos de liquidação de posição e ajustes de carteiras antes do relatório do USDA. O contrato com vencimento setembro/13 registrou modesta baixa de 0,50 centavos de dólar, negociado ao final do dia a US$14,03¾/bushel. Os modestos ajustes negativos demonstram que os investidores já estão mais cautelosos e verifica-se um ponto de exaustão no fluxo de queda, visto que tudo indica que os fundamentos seguirão firmes e não há mais espaço para perdas significativas. O potencial produtivo das plantações de soja nos EUA caiu mais nos últimos dias, uma vez que o USDA confirmou nova queda na qualidade das lavouras norte-americanas. As lavouras ranqueadas como boas e excelentes somam 52%, queda semanal de dois pontos percentuais. Embora não haja um consenso em os agentes do mercado, as expectativas apontam para mais um corte na projeção os USDA para os EUA. Dólar (US$) O dólar interrompeu uma sequência de seis quedas e fechou em leve alta frente ao real nesta terça-feira, com investidores aproveitando as cotações mais baixas para comprar a divisa norte-americana. A moeda dos Estados Unidos avançou 0,18 por cento, para 2,2820 reais na venda, em um movimento de ajuste técnico, após acumular queda de 4,5 por cento nos seis pregões anteriores. Após meses de amplo fortalecimento, o dólar voltou a recuar ante o real na semana passada, auxiliado pelo programa de intervenções diárias do Banco Central e pela acomodação das expectativas dos investidores diante da iminente redução do programa de estímulo do Federal Reserve. Investidores aguardam agora a reunião da semana que vem do Fed. A maior parte dos investidores já conta com a redução no estímulo, mas o ritmo da tesourada ainda é alvo de especulações. Mercado Interno Embora os preços da soja na bolsa de Chicago tenham estendido as perdas, a recuperação do dólar frente ao real e prêmios portuários mais firmes neutralizaram a influência baixista ditada pelas variações internacionais. As indicações de preço no mercado doméstico operaram, em sua maioria, em ambiente estável, visto que as baixas foram pontuais. Porém, a movimentação de negócios segue quase que completamente nula. A baixa liquidez ainda reflete os recuos acumulados nos preços externos da commodity, uma vez que o atual cenário fez com que muitas tradings fossem mais flexíveis nos preços de compra. Com cerca de 90% da safra 2012/13 comercializada, os poucos e raros reportes de acordos no mercado spot ocorreram na região Sul do país, onde ainda há lotes armazenados. Nos portos, indicações de preço a R$ 75,00/saca em Rio Grande e a R$ 73,00/saca em Paranaguá. Preço Agropan Soja R$ 66,00 Soja US$ 28,87 Milho R$ 22,00 Milho US$ 9,62 Dólar 2,2860 Preço trigo safra 2012/2013 PH - R$/60kg 78 acima - 40,00 75 a 77,99 - 34,00 72 a 74,99 - 30,00 50 A 71 - 20,00 Comentários Nesta terça-feira, a CONAB divulgou seu mais recente relatório de acompanhamento de safra, o qual manteve inalterada a projeção para produção de soja no Brasil, ciclo 2012/13, estimada num recorde de 81,5 milhões de toneladas. Por fim, o número apontado deverá ser considerado como dado final, visto que no próximo relatório de outubro, o órgão realizará sua primeira projeção para o ciclo 2013/14. Em via de encerrar, a temporada 2012/13 finalizará com uma produção 22,7% superior a safra 2011/12 e superando o recorde de 2010/11, quando se havia produzido 75,3 milhões de toneladas. Porém, mesmo com uma colheita recorde, o Brasil deverá encerrar o ciclo em curso com estoques finais ajustados. No que tange o balanço de oferta e demanda da oleaginosa, a CONAB elevou sua projeção de exportação do grão de 37,8 para 38,8 milhões de toneladas, um salto de quase 20% em relação ao ano anterior. Em relação ao consumo doméstico, a entidade manteve a estimava em 42,4 milhões de toneladas, o que sugere a manutenção das expectativas quanto ao processamento de soja no Brasil. Entretanto, embora haja certo consenso no mercado de que os estoques finais de soja no Brasil encerrarão o ciclo em níveis historicamente ajustados, a condição que será responsável por este cenário será muito mais em função do forte ritmo das exportações que ao processamento. Os elevados custos da indústria esmagadora prejudicaram a competição com o mercado externo. As margens das fabricas foram impactadas negativamente principalmente por gargalos logísticos, e a enorme demanda internacional, encabeçada pela China, mais que favoreceu a saída da matéria-prima ao mercado externo. Neste contexto, a possibilidade de uma queda no esmagamento em 2013 ficou mais que comprovado. A Informa Economics FNP projetou o embarque de 41 milhões de toneladas na temporada, número não muito longe dos 40,5 milhões previstos pela ABIOVE, recentemente. As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.
Posted on: Wed, 11 Sep 2013 11:56:32 +0000
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