Carxs colegas. Depois de tempos tão difíceis, acho que todos - TopicsExpress



          

Carxs colegas. Depois de tempos tão difíceis, acho que todos precisamos relaxar e nos divertir um pouco. E para nos ajudar a nos distrair, gostaria de publicar aqui uma pequena historinha, uma divertida fábula sobre uma greve no galinheiro... A fábula chama-se "E no frigir dos ovos"... em breve mais uma parte. E no frigir dos ovos... Pavão misterioso, pássaro formoso/ tudo é mistério nesse teu voar/ Ai se eu corresse assim, tantos céus assim/ Muita história eu tinha para contar... Era uma vez um pavão muito jovem que certa vez caminhando despreocupado pelas redondezas, descobriu que seu penacho colorido faria grande sucesso entre as galinhas. Tudo isso, porque ao passar pela porta da granja pensou ter ouvido um assovio. Decidiu então entrar no galinheiro, mas ver um pavão caminhando entre as galinhas era algo tão improvável para as pobrezinhas, que elas não puderam conter uma exclamação de susto. O espírito jovem e audacioso do pavão logo tomou aquilo como uma prova de sua grandeza e inegável admiração que causava no público Passou a freqüentar o terreno vizinho, todos os dias, andando solto e imponente, exibindo sua cauda volumosa pelo simplório terreiro. Mas pavões são criados soltos e jamais pavão algum entenderia o sentido de se viver em um galinheiro, de dormir empoleirado e temer os gaviões. Assim, todas as noites, antes mesmo que o granjeiro viesse recolher as penosas, o pavão já se encontrava no conforto e no aconchego dos seus, desfrutando das maravilhas de ser pavão. Acontece que as pobres galinhas, recatadas e tímidas, com sua rotina de vida simples e modesta são facilmente impressionáveis e olhavam com grande admiração aquele pavão empoado. Que ninguém se engane ao achar que nosso pavão resolveu assumir uma identidade que não era sua. Pavão nasceu e pavão haveria de ser por toda a vida. Mas, com o tempo, adquiriu certo prazer em exibir seu penacho naquelas freguesias. Andava confiante por entre as galinhas, oferecendo um olhar galante e um jeito único de jogar o topete. Com o tempo aprendeu ainda a linguagem dos pintinhos, e era especialmente a eles que sempre dirigia sua fala mansa e seu canto incitador. Passava os dias entre pintinhos e as noites entre seus pares. No entanto, entre os seus, não passava de uma ave bastante ordinária, seu penacho não era grande nem pequeno, nem brilhoso nem opaco, apenas o penacho de um pavão, que aos demais pavões nada tinha de encantador. Ali, suas habilidades nunca foram excepcionais e seu pretenso charme jamais lhe rendeu admiração ou prestígio. Era, assim digamos, um tanto médio nas arte de pavonear, a não ser entre os pintinhos, onde, seus desfiles e discursos sempre renderam aplausos e olhares apaixonados. Transitava, sem grandes dilemas, por entre os dois mundos, comportando-se como pavão entre pavões e como um charmoso estrangeiro entre as cercas do galinheiro. Natural que o jovem desenvolvesse certa preferência de transitar entre os galináceos. Tentou por algum tempo questionar as regras dos pavões, mas logo percebeu as vantagens de ser um, quer entre os seus, quer entre os outros. A partir de então, decidiu ser um pavão comportado, já que suas tentativas de rebeldia nunca lhe renderam benefício algum. Para evitar o ridículo, aceitou o preço de ser um pavão comum. Contudo, sua fama de pavão rebelde, por algum motivo acabou vingando entre os habitantes do galinheiro. Com o tempo, passou a contar aos pintinhos suas peripécias fantasiosas no mundo dos pavões. Foi então que os pobres pintinhos, ingênuos e impressionáveis, passaram assim a acreditar tratar-se de um pavão misterioso. No fundo de sua alma inquieta, contudo, nosso jovem herói temia diferenciar-se dos seus. Nunca lhe agradou a idéia de se tornar um galináceo, embora, visse com certo brilho nos olhos a ambiciosa perspectiva de, um dia, se tornar o chefe do galinheiro. Sucessivas gerações de pintinhos nasceram e cresceram nutrindo-se daquelas histórias maravilhosas. E como fossem todos muito amarelinhos e comuns frente a um penacho tão colorido, o jovem pavão nunca desconfiou que pudessem ser diferentes. Sequer se dava ao trabalho de chamá-los pelos nomes. Sim, pintinhos, apesar de amarelinhos possuem cada qual um nome próprio, mas, que graça pode ter um nome diante de opulência de penas tão vistosas? A vida no galinheiro possuía, assim, uma rotina bastante estável, os pintos que cresciam logo eram substituídos por novas gerações amarelinhas em folha, por isso, o pavão nunca se importou com as idas e vindas dos pequenos, tampouco com o que lhes acontecia, desde que nunca fosse deixado falando sozinho.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 11:23:58 +0000

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