Editorial Dominical Igreja Batista Nazareth Salvador/ - TopicsExpress



          

Editorial Dominical Igreja Batista Nazareth Salvador/ Bahia. “Sonhar é não aceitar que o mal tenha a última palavra” “Eu tenho um sonho: que meus quatro filhos um dia viverão em uma nação onde eles não serão julgados pela cor da suas peles mas pela conteúdo de seu caráter” (Rev. Martin Luther King Jr.) Um lindo sonho esse. De pessoas unidas, homens e mulheres, operários e empresários, héteros e homos, negros, brancos, amarelos... Enfim, todas as qualificações e possibilidades da existência humana servindo não mais como barreira, mas como um estímulo a convivência e ao aprendizado mútuo. Mas as balas parecem zombar desses sonhos: seja as que mataram o Rev. Luther King Jr. ou aquelas que continuam matando a população negra nos subúrbios de nossas cidades. A violência insiste em querer dar a última palavra, acima dos mais altos ideais que acalentamos... São contados aos milhares o número de mártires da justiça e da paz, dos quais “o mundo não era digno” (Hebreus 11:38a). Diante desses paradoxos podemos tomar atitudes diferentes: achar que é assim mesmo, e “aceitar a realidade”, ou teimar em sonhar, em buscar caminhos alternativos ao que vamos de mal no mundo. Não são opções simples, por certo... lutar contra um mundo de preconceitos é arriscar-se a não ser compreendido, ser um incômodo em muitos espaços, ser “voz que clama no deserto”, não ser aceito, ou ter “sucesso” – isso sem falar é claro das conseqüências mais fortes já mencionadas... Acontece que “se conformar” é ajudar a perpetuar a injustiça. Não há meio termo nesse sentido. A questão racial é um exemplo disso: se não lutamos a cada momento para extirpar nossos pré-conceitos, arraigados em nós mesmos, e na nossa cultura, ajudamos a alimentar todo o tipo de ódio que as vezes explode em violência aberta, mas que está sempre ai, na forma das pequenas discriminações e disfarçada em deboche e menosprezo. O caminho para essa mudança de mentalidade passa pela firme defesa de uma educação que inclua a história da África tal qual a da Europa: com seus erros e acertos por certo, mas merecendo nosso apreço, reverência e atenção, por se tratar de uma cultura milenar. Afinal, se conhecemos de cor os mitos da Grécia antiga e usamos como modelo para muitas de nossas ações cotidianas, por que não podemos aprender também com as narrativas africanas? Só o preconceito explica tanto silêncio em um país como o nosso, que tanto deve a contribuição dos africanos que para cá vieram, e que ajudaram a construir esse país. Por isso, é preciso sonhar... sonhar com um tempo em que a educação, as artes, a religiosidade, irá refletir de forma honesta a nossa diversidade, e assim contribuir que encaremos essa diversidade como bênção e riqueza, nunca como maldição. JZ (14-11-2010)
Posted on: Thu, 14 Nov 2013 23:16:26 +0000

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