“Eu, que detesto vida social, adoro a experiência de convívio - TopicsExpress



          

“Eu, que detesto vida social, adoro a experiência de convívio humano que tenho na Antártida. Não existe nenhuma distância social. Todos são igualmente agradáveis, dividem medos e histórias engraçadas. E eu gosto de deixar os ingleses embasbacados com as nossas soluções muito mais simples e baratas na construção de barcos. Hoje, a gente vive em um mundo em que as pessoas se pautam por desafios absurdos e constroem paredes intransponíveis, imaginando que vão chegar ao limite… Mas essas experiências, você não faz indo até o limite, você faz construindo o equilíbrio. Hoje, a gente vive muito para mostrar. Cada um constrói um currículo, uma casca, onde tudo é extraordinário. Percebi que, se tivesse feito qualquer um dos meus negócios exclusivamente com a finalidade de ganhar dinheiro, eu teria quebrado há muito tempo. É isso que eu gostaria de passar para os jovens, que a gente vive hoje tão materialista, tão sem valores, que eles são induzidos a ter êxito financeiro. Mas, se eles pensarem só nisso, não vão conseguir, porque todos querem o mesmo. Ao passo que, se eles se dedicarem às coisas que gostam e botarem a alma e o coração nelas, o êxito financeiro será mera consequência. As minhas crenças vêm um pouco dos meus pais, que são muito mais brasileiros do que os brasileiros que eu conheço, e nem são daqui… Mas eles tinham um certo desprendimento material que eu aprendi a compreender e gostar. E, depois, você é obrigado a ter esse mesmo desprendimento quando está a bordo de um barco, num ambiente onde em 20 segundos tudo o que você fez em uma vida pode desaparecer debaixo dos seus pés. Então, não dá para ter apego a posses. Tudo na vida é muito provisório. Acredito que a gente não precisa planejar tudo, que, às vezes, tem que deixar as coisas acontecerem. Sou convidado a falar sobre planejamento o tempo inteiro e acho que uma das características da arte de planejar é não querer definir tudo. Também, não gosto de me definir. Nunca parei para pensar nisso. Tenho vários interesses e nem sei dizer qual é a minha profissão. Estudei economia e administração, mas não sou economista. Dirijo algumas empresas, mas não me considero gestor. Gosto de ser várias coisas… E nem sou um navegador profissional, não tenho carteira para trabalhar como comandante de embarcações, embora faça isso há 20 anos. Trabalho pesado o ano todo para gastar em viagem tudo o que acumulei. Eu gosto é de navegar, independente de estar descobrindo um caminho novo ou não. E a experiência no mar ensina coisas interessantes... A gente não precisa de muita coisa para viver.” Amyr Klink
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 03:52:55 +0000

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