Excessos. Quando se ama alguém, a gente vive de excessos. Excessos de sorrisos, excessos de lágrimas, excessos de pensamentos. E quem nunca se viu tendo uma overdose de pensamentos, só porque por um segundo, o nome de alguém passou em sua mente? Isso talvez seja excesso de atenção da nossa parte, mas de que vale amar alguém se nós não nos entregarmos de corpo e alma? Dando o direto a pessoa de acabar com a nossa vida, mas confiando nela, e acreditando que isso não vai acontecer. Amar alguém tem um pouco disso, de ser um sacrifício para outra pessoa, de se chegar em casa com um sorriso alegre, mesmo sabendo que o dia foi uma merda, disfarçando uma tristeza cruel, só para não ter que contaminar alguém que ama com a sua falta de felicidade. Na verdade, amar alguém é viver duas vidas. É se importar com alguém tanto quando você se importa consigo mesmo. É tentar tirar o melhor de si mesmo e entregar a alguém. É acordar todos os dias de manhã e se lamentar por não ter sonhado com alguém que gostaria. Amar é um sacrifício onde poucos são aqueles que conseguem sobreviver. É se perder em alguém, esperando que mesmo perdido, esteja no caminho certo. Amar é compartilhar das mesmas tristezas e alegrias, é dividir, mesmo quando a sua vontade é de tomar tudo pra si mesmo. É se esconder do mundo, mas deixando pistas, para que só aqueles que nos amam, e nos conhecem, que sabem de nossos medos, nossos segredos, saibam como nos encontrar. É revelar nossos segredos mais íntimos, esperando que nos entendam, até mesmo critiquem, e que nos dê como recompensa uma parte da sua vida que também é segredo. Amar é sentir a necessidade de alguém, mesmo quando queremos que todos saiam de perto. É ter em si mesmo sentimentos tão grandes que não cabem em uma só vida, precisamos de alguém para jogar a vida fora conosco. Amar é ser fraco, é se sentar sozinho e calado por horas, e quando alguém perguntar o porquê de tanta solidão, a única resposta é "NADA", pois é isso que nos tornamos ao amar alguém, “NADA”. Perdemos o rumo, desconhecemos quem somos, desconfiamos de nós mesmos. Somos apenas uma casca vazia, vivendo para amar e ser amado. Algumas vezes temos tanto excesso de amor que nem todo o sofrimento do mundo é capaz de te afastar de alguém, a dor que você passa ao lado de alguém, não é nada comparado à dor que se vive sozinho, pois todo ser que ama é fraco, egoísta, nunca sabe lhe dar com sigo mesmo sozinho. Talvez porque a alma não é mais dependente, já está sobre o controle de alguém. O amor sobrevive de excessos, se você é daqueles que choram pouco, que sorrir pouco, que vive pouco, é porque ama pouco. A vida ainda permanece um mistério, a verdade é que estamos todos confusos e perdidos, ninguém sabe por que estamos aqui, porque de se viver, e para onde vamos. Esse mistério, no fundo esconde uma pontinha de prazer e medo, o medo nos trás alguém para amar, alguém que também é medroso, e que tem medo de morrer sozinho. É nesses momentos que surge um amor de excessos, choram o máximo que puder, sorri o máximo que puder, vivem o máximo que podem, é ai que está escondido o prazer. A vida é cheia disso, medo e prazer, de encontrar prazer no medo, e de ter medo em sentir prazer. O amor nunca será descrito em filmes, livros e discos, pois todos nós amamos de uma forma única, só nossa. E é isso que faz com que algumas pessoas sejam tão especiais, alguns amores marcam mais que outros, pois foram formas diferentes de amar, de sentir medo e prazer. A verdade é que o amor é excesso de felicidade, como é triste a realidade alguém que não sabe amar. A vida é excesso de sabedoria. A tristeza é excesso de realidade. A inveja é excesso de falta de amor próprio. Lágrimas é excesso de felicidade ou tristeza. Saudade é excesso de solidão. A vida de quem vive sem amor é uma madrugada longa, sozinha e pensativa que pode durar a vida inteira. E ao amar alguém, seja você o excesso da vida de outra pessoa, e terás uma vida cheia de eternos momentos. Viva de excessos.
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 05:39:06 +0000
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