Habemus Coriolanus Existe uma peça de William Shakespeare baseada em um fato histórico obscuro chamada "Coriolano". Nela, Caius Martius - temível general romano - vence uma batalha contra os inimigos de Roma quase sozinho na cidade de Coriolos. Como prêmio pela proeza, Caius Martius acresce a seu nome o título de Coriolanus e é eleito cônsul pelo Senado. Entretanto, para ser empossado como cônsul faz-se necessário ainda a aclamação pela plebe (povo). Dada sua formação equivocada, Caius Martius considera o povo desprezível e apenas enxerga o valor em méritos militares. A contragosto, submete-se temporariamente à aclamação popular para ser cônsul. Não tarda, contudo, para que os tribunos da plebe (representantes do povo) acusem Coriolano de desrespeitar as tradições populares e de autoritarismo, fazendo com que ele seja considerado traidor de Roma e banido. Exilado, Coriolano alia-se a seu maior inimigo e passa a ameaçar Roma. Hoje, o STF vive seu momento Coriolano. Após recuperar seu prestigio e relevância perante as camadas populares com o julgamento do Mensalão, quando a importância do cargos e dos aliados parecia não impedir a condenação criminal, assume uma atitude tida como elitista ou arrogante, preterindo o clamor popular em nome de um tecnicismo anacrônico. Ainda que seja mantida integralmente, circunstância que nem o mais otimista defensor da Corte Constitucional acredita, a condenação está maculada perante a opinião pública que passará a enxergar apenas o protecionismo dos poderosos e a oportunidade de impunidade.
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 22:55:46 +0000
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