Homenagem a Ulisses Potiguar Tribuna do Norte, 16/10/2013, pág. - TopicsExpress



          

Homenagem a Ulisses Potiguar Tribuna do Norte, 16/10/2013, pág. 2. Ticiano Duarte - escritor Segunda-feira próxima, dia 21 do corrente, a Augusta Grande Benemérita e Grande Benfeitora Loja Simbólica Filhos da Fé, do Oriente de Natal, nas comemorações dos seus 114 anos de existência, a terceira Instituição maçônica mais antiga do estado do Rio Grande do Norte, estará homenageando a figura saudosa do maçom e político, Ulisses Bezerra Potiguar. Tive a honra de conviver de perto com o homenageado, que em boa hora a maçonaria de nossa terra lhe faz justiça, outorgando-lhe in memorian, a medalha do mérito, Raimundo Ribeiro da Hora, que é uma forma destacar solenemente, na passagem do aniversário da centenária Loja, o maçom ou o homem público, ou o cidadão, que tenha prestado relevantes serviços à instituição maçônica ou ao seu estado. Quando ocorreu o falecimento de Ulisses Potiguar, há poucos anos passados publiquei uma crônica falando de sua presença na vida pública do Rio Grande do Norte e da saudade dos seus amigos e admiradores. É o texto que segue abaixo: Domingo que passou, pelas 23 horas, desaparecia nesta capital outra figura importante do estado, que foi o ex-prefeito e deputado Ulisses Bezerra Potiguar. Remanescente do velho estilo perrepista do Seridó, onde os liderados de José Augusto, Lamartine e Dinarte Mariz fizeram escola na luta oposicionista contra o governo do interventor Mário Câmara, os perrés combatendo os famosos pelabuchos. Apesar da diferença da idade e tempo de Ulisses para com as lideranças da década de 1930, ele herdou o estilo do seu tio, major Laurentino Bezerra, o velho Louro” de Parelhas e do seu padrinho, Florêncio Luciano, do qual divergiu em 1960, quando do rompimento de Dinarte Mariz com Aluízio Alves. Foi poderoso em certa fase política do Rio Grande do Norte. Deputado Estadual com expressivas votações na região seridoense, sendo votado por dinartistas e velhos seguidores do antigo Partido Popular que não tinham esquecido a luta contra os interventores que queriam dominá-los politicamente. Parelhas, foi cenário em 1934, de cenas de violência e truculências por parte dos seguidores da interventoria Mário Câmara. Ali ocorreu o famoso tiroteio de Parelhas, comandado pelo seu prefeito, Ageu de Castro, contra os integrantes da comitiva do Partido Popular que realizavam comício, exatamente no dia 13 de agosto, daquele ano. Edgar Barbosa, no seu, História de uma campanha, relata esse acontecimento de violência, já antes previsto por Florêncio Luciano, em telegrama ao interventor Mário Câmara: Acabo ser intimado criminoso Pichico e outros capangas para não ser feito comício hoje aqui, ameaçando dissolvê-lo à bala, enquanto está distribuindo armas e munições. Mais uma vez responsabilizamos Vossa Excelência possa acontecer impedir comício. Foi ferido o poeta Renato Caldas, que não era caravaneiro, mais estava na cidade de Parelhas, acompanhando o grupo teatral de amadores, Alma do norte, ali encenando um espetáculo. Esse fato me foi contado em detalhes por Luiz Tavares que também acompanhava os artistas amadores. Renato Caldas estava entrando na agência dos Correios e Telégrafos quando foi atingido por uma bala, ferindo-o levemente. Na trincheira dos bandidos foi encontrado morto o cangaceiro, conhecido como Sabiá. Ulisses foi uma espécie de político daqueles tempos. Não sabia transigir com o que considerava ferir seus princípios de conduta na vida pública e partidária. Nos idos de 70, foi eleito deputado federal, num pleito que disputou a vaga, voto a voto, com o ex-deputado Grimaldi Ribeiro. Ulisses era conservador, mais de uma integridade inatacável, que honrou sua história de político interiorano que alçou voos bem altos com decência e dignidade.
Posted on: Wed, 16 Oct 2013 20:31:02 +0000

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