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Lendo as ditas notícias do final de semana me deparo com a notícia de uma morte trágica no palco de um cantor de funk da Zona Leste de SP... E embora tenha lamentado mais uma morte brutal um jovem com menos de 20 anos, o que me despertou a atenção foram as palavras e frase solidárias de supostas pessoas honestas, moralistas e bondosas: "Mais um", "bandido bom é bandido morto", foi tarde" e por aí vai... Então, parei para ler não somente os comentários dos ditos homens e mulheres de bem, como também para ler as músicas dele, os seus funks e sua vida... E não me impressionou em nada as letras. O seu funk assim como o da maioria dos funks das periferias refletem a realidade social daquele lugar. Mas, favela é lugar de bandido? Não foi isso o que eu quis dizer, apenas, que a favela é um polo geográfico de abandono e desigualdade social. Para compreender isso basta estudar sobre a formação da favela brasileira que tem origem pós-abolicionista, onde os negros formaram esses centros urbanos após "libertos". Fico pensando se esses que tanto gritam em alto tom de que bandido merece morrer se esses são a favor do aborto... Ah, porque um feto, embrião é um inocente merece viver e um bandido é um criminoso merece morrer... E se você soubesse que esse bebê, hoje inocente seria um bandido ao crescer? Não estou aqui pretendendo abrir debate para questão do aborto, mas não consigo entender como as pessoas podem ser tão "boazinhas" com umas e tão cruéis com outras. Como se pode defender o olho por olho e dente por dente e como podemos ser tão bárbaros e ao mesmo tempo tão moralistas e conservadores quando se trata de picha um muro de uma parede pública... Como podemos chorar diante de uma cena de uma novela global e ao mesmo tempo apoiar um linchamento de um juiz de futebol e vê-lo ser esquartejado e sua cabeça pendurada num poste, o que nos diferem dos gladiadores do coliseu romano... Fiquei pensando nisso durante à tarde e isso tem me inquietado e me faz refletir se não estamos trocando a palavra humanismo por humanitário... Se ler os jornais, ou ver tais notícias na tv, se realmente devemos acostumar com isso e como uma esponja sugar para dentro de si toda essa dinâmica da criminalidade e seu desejo de varrê-la com as nossas próprias mãos. O comum não não pode ser tratado como normal e o ser humano não pode deixar de ser visto como tal. Fica aqui minha análise, meu apelo, mas, acima de tudo meu desejo de que a mídia não dite o que eu devemos sentir; sejamos mais críticos, mas sobretudo, mais humanos. (Vanusa Maria)
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 02:01:18 +0000

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