Montadoras do Brasil fazem aporte bilionário no exterior Brasil - TopicsExpress



          

Montadoras do Brasil fazem aporte bilionário no exterior Brasil passou a ser neste ano uma importante fonte de investimentos recebidos por montadoras Após se tornar o quarto maior mercado automotivo do mundo, o Brasil passou a ser neste ano uma importante fonte de investimentos recebidos por montadoras de veículos e fábricas de autopeças no exterior. Só no primeiro semestre, quase US$ 1 bilhão saíram do país para essa finalidade, um montante recorde que praticamente se iguala aos investimentos acumulados nos dois últimos anos. São recursos direcionados a aportes de capital adicionais em subsidiárias, aquisições ou criação de novos negócios - ou seja, investimentos diretos em participações de capital de companhias no exterior. No caso das empresas automobilísticas, os investimentos são os maiores da indústria de transformação e se aproximam dos realizados pela indústria petroleira, a que mais investe fora do país, com US$ 1,1 bilhão no semestre. Os números são do Banco Central, que registra essas transações, mas não detalha os destinos do capital, assim como as companhias envolvidas. As montadoras, em sua maioria, não comentam. Contudo, para analistas de mercado, as filiais brasileiras de grupos automobilísticos globais assumiram uma participação mais ativa nos financiamentos de negócios no exterior, principalmente na América do Sul. Isso, dizem, acontece à medida que as matrizes - em crise na Europa, ou em recuperação nos Estados Unidos - reduzem o apoio financeiro para as operações na região. "Essa é a nova política que vem sendo conduzida pelas matrizes que enfrentaram crises nos últimos anos. Cada região deve ser responsável por seus próprios investimentos. A General Motors (GM), em Detroit, não manda mais dinheiro para a subsidiária no Brasil. Ela tem a expectativa de que a GM daqui possa realizar, por ela mesma, os investimentos necessários", diz Stephan Keese, sócio da consultoria Roland Berger. A tese tem amparo na forma como os negócios das grandes multinacionais automobilísticas estão estruturados na América do Sul, com o controle, em geral, feito a partir de sedes no Brasil. A fábrica da Fiat na Argentina, por exemplo, é 100% controlada pela Fiat Automóveis S/A, uma sociedade constituída em Betim (MG), onde está a sede brasileira do grupo. O Brasil é a principal origem dos investimentos externos recebidos pela indústria automobilística argentina. O último balanço divulgado pelo Banco Central da Argentina, que compila números de 2011, mostra investimentos de US$ 2,1 bilhões de empresas brasileiras no setor, ou 31% do total. O montante, contudo, considera, além dos aportes de capital, empréstimos feitos a empresas vinculadas no país vizinho, incluindo o financiamento das importações de carros. O balanço do banco central brasileiro detalha por setor apenas as compras de participação de capital em empresas estrangeiras, com números agregados que somam todos os aportes feitos fora do Brasil. De janeiro a junho, US$ 968 milhões partiram do país em direção à indústria automobilística internacional, quase nove vezes acima do volume financeiro de um ano antes. A série histórica do Banco Central mostra que os investimentos nesse setor costumam oscilar bastante. Porém, neste ano, eles mostraram movimentações atípicas, principalmente em fechamentos de trimestres. Apenas em março, foram registradas saídas de US$ 702 milhões e em junho, US$ 176 milhões. O montante do semestre, de quase US$ 1 bilhão, supera com folga investimentos de todo o ano passado (US$ 242 milhões), assim como os realizados em 2011, que totalizaram US$ 791 milhões. Além das montadoras e empresas de autopeças, os números incluem fabricantes de implementos rodoviários e carrocerias. Essa evolução extraordinária dos investimentos no exterior revela uma nova rota de saída do capital obtido pelas empresas do setor com os sucessivos recordes nas vendas de carros no Brasil - somando-se às altas remessas de lucro, que voltaram a irrigar os cofres das matrizes neste ano. Quando se soma os investimentos no exterior às remessas de lucro feitas durante o primeiro semestre, de US$ 1,6 bilhão, as saídas de recursos da indústria automobilística brasileira alcançam US$ 2,5 bilhões. Esse valor é bem superior ao fluxo de recursos que chegam ao setor automobilístico brasileiro na forma de investimentos estrangeiros diretos, que, embora em alta de quase 40%, somaram US$ 830 milhões entre janeiro e junho. Desde 2006, as multinacionais remeteram ao exterior quase US$ 26 bilhões em ganhos obtidos no mercado automotivo brasileiro. Depois de mostrar queda em 2012, essas remessas voltaram a subir neste ano, com alta de 86% no primeiro semestre. O consultor Luiz Carlos Mello, que presidiu a Ford de 1987 a 1992, diz que a disponibilidade de crédito a baixo custo por bancos públicos brasileiros reduz a necessidade das montadoras de utilizar recursos próprios em empreendimentos locais. Com isso, as empresas dependem menos do apoio financeiro das matrizes, assim como ficam com mais dinheiro disponível para remeter como lucro ao exterior. "Com a estrutura de financiamento que nós temos, essa torneira [das saídas de capital] não fechará tão cedo", comenta. A rentabilidade das montadoras no Brasil é um tema polêmico e um tanto quanto nebuloso pela falta de transparência das próprias empresas, que não apresentam seus números e são resistentes em falar sobre o assunto. Com o preço do automóvel vendido no país frequentemente apontado como o mais caro do mundo, as montadoras são muitas vezes acusadas de ganhar muito dinheiro no mercado brasileiro. O Sindipeças, entidade que abriga os fabricantes de autopeças, chegou a levar ao Senado, no fim do ano passado, estudo que aponta uma margem de lucro de 10% nas vendas de carros no Brasil, o dobro da média mundial. Porém, a associação, nos últimos meses, passou a evitar novas abordagens em relação a esse tema. Por outro lado, as margens do setor passaram a ser pressionadas nos últimos anos pelo aumento no custo de produção, como a escalada no preço da mão de obra. Com o acirramento da concorrência, ficou mais difícil repassar esses custos adicionais ao consumidor. A nova diretoria da Anfavea, que tomou posse em abril, prometeu apresentar um estudo para desmistificar a ideia de alta rentabilidade do setor, mas o levantamento ainda não foi finalizado. Procurada pelo Valor, nenhum porta-voz da Anfavea, que representa as montadoras, foi encontrado para falar sobre a disparada dos investimentos no exterior. A GM e a Fiat não comentam o assunto. Já a Volkswagen e a Ford informaram que as filiais brasileiras não financiam negócios fora do país.
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 17:02:37 +0000

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