Ninguém é mais do que uma função – ou parte de uma - TopicsExpress



          

Ninguém é mais do que uma função – ou parte de uma performande total. A vida passa e abre caminhos que não são percorridos em vão. E ninguém pode parar ‘livremente’ para representar à beira do caminho, pois isso atrasaria e transtornaria a viagem dos átomos e a viagem do todo. Daí o descontentamento, daí o desespero e a tristeza. Todos nós gostaríamos de ser a soma e não um dos elementos numéricos. As mudanças e a luta nos deixam atônitos, aterrorizados pelo fato de serem constantes e reais, buscamos a calma e a ‘paz’ porque assim antecipamos a morte que morremos a cada segundo. Os contrários se unem e não descobrimos nada de novo nem arrítmico. Voamos para buscar refúgio na irracionalidade, no mágico, no anormal, por medo da extraordinária beleza do certo, do material e dialético, do saudável e do forte – gostamos de estar doentes porque assim ficamos protegidos. Alguém – algo – sempre nos protege da verdade – nossa própria ignorância e nosso medo. Medo de tudo – medo de saber que não somos nada além de vetores direção construção e destruição, para estar vivos e sentir a angústia de esperar o minuto seguinte e participar da complexa corrente (de obrigações) sem saber que nos dirigimos a nós mesmos, através de milhões de seres-pedras de seres-aves de seres-astros de seres-micróbios de seres-fontes em direção de nós mesmos – variedades do uno incapacidade de escapar ao dois – ao três – ao etc. Para sempre – para regressar ao uno. Mas não à soma (que às vezes é chamada de Deus – as vezes de liberdade às vezes de amor – não – somos ódio – amor – mãe – filho – planta – terra – luz – raio – etc. – para sempre – mundo doador de mundos – universos e células universais Finalmente! (KAHLO, F. O diário de Frida Kahlo: um autorretrato íntimo. Rio de Janeiro, José Olympio,1996, p. 248).
Posted on: Thu, 10 Oct 2013 01:18:08 +0000

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