PMDB quer nacionalizar denúncia contra PSOL Paola de Moura e Guilherme Serodio / Valor As denúncias de que a deputado estadual Janira Rocha (PSOL-RJ) desviou dinheiro do Sindicato dos Previdenciários para pagar as custas da criação do partido e também sua campanha, além de cotizar salários de seus funcionários, podem resvalar no PSOL como um todo. O PMDB já sugere a criação de uma CPI nacional para investigar o partido. Além disso, as gravações que indicam as irregularidades podem afetar o resultado nas eleições de 2014, que poderiam ser positivos em função dos protestos contra os governantes atuais. Na segunda-feira, dois funcionários da deputada foram presos ao tentar vender por R$ 1 milhão à secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos (deputada estadual pelo PDT-RJ) um dossiê com gravações em que Janira explica como fraudar relatórios do sindicato e do partido para desviar verbas. Janira, uma das duas únicas representantes do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), assumiu que a voz na gravação é sua e se licenciou da presidência do PSOL no Rio. O presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, lembra que o PSOL foi formado por integrantes do PT que saíram do partido alegando não compactuar com as práticas adotadas pelo PT no governo. "E cometeu erros tão ou piores", afirmou. "Essas coisas precisam ser investigadas". Se o caso provocar o enfraquecimento político do PSOL será uma boa notícia para a campanha do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) ao Palácio Guanabara em 2014. O PSOL reúne uma oposição combativa que costuma apresentar fortes acusações contra o governo de Sérgio Cabral (PMDB-RJ). "Desta vez, eles vão ter que se explicar também", diz Picciani. "A eleição ainda está longe, mas [nosso sucesso] vai depender do enfrentamento desse problema", diz o deputado federal Chico Alencar (PSOL). "Preservar a imagem do PSOL depende muito de como a gente vai reagir a este problema real", completou. Para ele, o partido vem atuando adequadamente. Desde terça-feira, a direção estadual pediu o desligamento dos que foram flagrados na venda do dossiê e solicitou investigação para o caso à corregedoria da Alerj. Na semana que vem, o caso vai envolver também a direção nacional com a criação de uma comissão de ética sobre o caso. Maior liderança da oposição na Alerj, Marcelo Freixo afirmou que nenhum das denúncias envolvendo a colega de bancada haviam chegado ao partido. "Dizer se o PSOL sai ou não arranhado vai depender das atitudes que o PSOL vai tomar", disse.
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 11:28:25 +0000
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