Ser mãe de autista é assim: Você quase nunca sai de casa a não - TopicsExpress



          

Ser mãe de autista é assim: Você quase nunca sai de casa a não ser para ir em médicos e terapeutas. Você se anima, se arruma, põe sua melhor roupa, arrisca aquela maquiagem legal, usa aquele perfume que você adora. A mesma coisa com todos da casa. Daí, seu filho há 2 dias decidiu que roupas com zíper e botões não podem fazer parte de seu guarda-roupas. Legal, mês passado você comprou 2 blusas com zíper. Mais legal ainda: a camisa de dançar Quadrilha. Ela tem botões. A mãe, muito acostumada com o jeito temperamental, tem a excelente ideia de colocar a camisa com os botões fechados. Deu super certo. Bem, agora vamos colocar a blusa, de zíper, com o zíper fechado também. Não deu nada certo!! Vamos passear de carro, Artur adora!! Não deu certo!!! Vamos para escola, tem festa, Artur adora a escola!!! Não, deu certo!!! Artur gritou, esperneou o quanto pode e enquanto não entramos no carro de novo, enquanto não parei em frente de uma lanchonete para comprar pães de queijo, ele não parou de GRITAR HiSTERICAMENTE e CHORAR. O que a gente não contava é que no meio do caminho, ao sair da escola, iríamos nos deparar com uma BRIGA. Assim que eu vi, ao longe, parecia uma menina apanhando de 2 rapazes( ouvi gritos de menina), gritei ao meu marido para ele intervir (esqueci que o cara está de repouso pós operatório e ele também). Ele saiu correndo (meu Deus!!) e foi intervir, eu, a louca da vez, quando me lembrei disso, saí correndo atrás dele, com Artur no colo, roupa toda de couro (incorporada no espírito da mulher gato surto século XXI, só pode), fui lá buscar meu marido e lembrá-lo que ele não poderia separar uma briga. Nós que temos sangue azul, que trabalhamos contra o crime, contra a dor, contra a miséria humana, não temos um "TIME". A gente vê a briga e vai pra cima apartar. Não adianta!!! Raça de sangue quente que somos. Lá estávamos nós, com Artur gritando, que nesse momento tornou-se invisível (falha absurda de mãe) e eu gritando e chutando o rapaz para que ele soltasse o outro porque ele estava tentando enforcá-lo e implorando para que meu marido não fizesse força e saísse de lá. Cidade pequena, todo mundo se conhece. Meu marido conseguiu fazer os outros 2 soltarem o rapaz (técnicas de imobilização, sem violência), mas não conseguimos impedir que eles se pegassem novamente por muito tempo. Um deles pegou um cabo de vassoura, enquanto eles se separaram, pegamos o que nos pertencia (nossa família), enquanto um deles quebrava o cabo que agora ficou ponte agudo e virou uma arma, fomos embora. Já tinha muito mais gente lá, quando chagamos lá éramos só os 3 brigões, papai, Artur e eu(muito justo ¬¬). Totalmente CONDENÁVEL minha atitude, felizmente, Artur não ficou estressado com tudo o que presenciou. A festa pareceu muito mais agressora do que ver 3 marmanjos tentando se matar, sério!! Viemos para casa, eu poderia ficar muito triste porque mais uma vez a festa Junina não tem histórias legais para contarmos, mas uma coisa me deixa feliz: Meu filho NÃO DANÇOU, NÃO PARTICIPOU da festa porque ELE NÃO QUIS e não porque foi EXCLUÍDO, ou tratado com desdém. Sim, temos grandes progressos. Deixo aqui um puxão de orelhas para mim, a mãe do mundo, aquela que acha quem tem super poderes porque ama demais e protege demais. Mais MÃE, menos SANGUE AZUL, da próxima vez. Nota ZERO pra mim!! P.S. Não tenho fotos de nada. Mas tenho esperança, isso é o que importa.
Posted on: Fri, 12 Jul 2013 23:36:44 +0000

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