Sobre competência leitora e escritora: ação com um fim em si - TopicsExpress



          

Sobre competência leitora e escritora: ação com um fim em si mesma? Por Nilton Celso Mourão Inicialmente, creio que todas as ações que promovam as competências para ler e escrever são bem vindas. Contudo, há de se refletir como essas ações podem ser realizadas, ou seja, por meio da "conquista" ou por meio da "imposição". Acredito que tudo que é realizado pela "conquista" pode durar mais tempo, principalmente, se estiver na dimensão das relações humanas - e a educação está nessa dimensão. Por outro lado, as propostas "impostas" podem ter até resultados favoráveis, porém, servem apenas para momentos específicos e a curto prazo. Portanto, creio que na educação, atividades com formas "impostas" podem ter resultados favoráveis imediatos mas, ao longo do tempo se perdem, considerando que a educação é um processo de transformação, e isto, não se faz de um momento para outro. A educação, sendo um processo, não pode pular etapas, não existem "atalhos", como já proferiu o Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas, em suas palestras sobre o tema. Sendo assim, desenvolver as competências leitoras e escritoras, não se faz de um momento para outro. É um processo educacional que precisa de tempo. Não pode ser uma ação imposta que se faz em algum momento específico, não respeitando dessa forma, o tempo e o limite de cada um - tão bem explicitado na pedagogia para o século XXI. Creio que, desenvolver as competências leitoras e escritoras devem ser realizadas por meio de ações "conquistadoras", onde o aprendente tenha "prazer" em desenvolvê-las, cada um em seu momento e no seu limite, considerando que estas ações estão na dimensão das relações humanas, pois ler e escrever é um ambiente da comunicação humana, e sendo assim, o leitor/escritor lê algo de alguém ou escreve para alguém... Portanto, ler e escrever deve fazer parte de uma necessidade do próprio aprendente em suas realizações, tanto da vida escolar, como da vida em sociedade. Ler e escrever não deve ter um fim em si mesmo, mas fazer parte de uma rotina cotidiana, parte de um projeto maior. Ler e escrever deve ser uma atividade sutil e quase imperceptível, em que o aprendente a utiliza de forma prazerosa e nem tem consciência dessa ação, porque ela mesma faz parte de algo maior. Como analogia, é como "andar" no dia a dia, pois quando estamos aprendendo essa ação, ninguém nos diz que devemos levantar um dos pés, colocá-lo a frente e levantar o outro... ninguém nos diz como devemos nos equilibrar... e nem tem hora específica durante o dia para treinar tal movimento... pois aprendemos a andar porque precisamos dele para o "projeto maior que é chegar a algum lugar". Aprender a andar não é fácil, pois tropeçamos e caimos... mas insistimos devido ao "projeto maior". Em conclusão, a escola não precisa construir um projeto específico de ler e escrever cuja finalidade esteja em si mesma, mas construir um projeto maior, onde a competência leitora e escritora seja uma das necessidades, quase imperceptível, bem sutil, porém extremamente relevante. Como exemplo, o desenvolvimento de blogs, jornais, revistas, ou qualquer outro projeto que a leitura e escrita seja relevante, mas não tem um fim em si mesmo - apenas ler e escrever. Sendo assim, as ações passam a ter significados para quem as pratica. Assim, ações específicas com um fim em si mesmo, tem as suas relevâncias, como por exemplo, quando o aprendente deseja ser um atleta, estuda "passo a passo" os seus passos, o seu andar ... para uma boa competição de corrida... Mas, será esse o papel da escola pública, formar grandes atletas, grandes escritores, grandes etc. ou apenas desenvolver plenamente as pessoas para o seu "caminhar" na vida? Franco da Rocha, 07 de junho de 2013
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 03:22:29 +0000

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