Tempos em que o BARCELONA ERA FREGUÊS........ O PROGRAMADOR - TopicsExpress



          

Tempos em que o BARCELONA ERA FREGUÊS........ O PROGRAMADOR MUSICAL ZE NOGUEIRA E O EX-ZAGUEIRO E CAPITAO CORINTHIANO LUIS CARLOS GUALTER CONTAM A SAGA DA CONQUISTA DA COPA COSTA DEL SOL PELO CORINTHIANS NUM JOGO DE 150 MINUTOS CONTRA O AZUL- GRENA- E NA ESPANHA. ES T A R À M E S A C O M Z É N O G U E I R A É S E M P R E U M A D E L I C I A, mesmo que a comida não agrade - o que não e o caso nesta mesa de um dos bons restaurantes de São Paulo. Em torno dela, além de Zé, juntam-se quatro amigos que lá estão para ouvi-lo contar uma, em especial, de suas infinitas historias da grande vida que levou e leva sem jamais endurecer nem perder a ternura. Nogueira e um boêmio profissional que ha 35 anos, nas horas vagas, e programador musical da excelente radio Eldorado. A musica e a primeira de suas muitas paixões, o que o levou a ser um dos responsáveis pelo fato do Brasil estar hoje na agenda de programação de grandes músicos de todo o mundo. Zé ainda tem no currículo o fato de ser um dos fundadores do Namorados da Noite, o time dos craques Toquinho e Carlinhos Vergueiro, seus parceiros - e sabe muito de bola. Aliás, o caso específico que ira contar a mesa e sobre futebol, e para relata-lo ele se fez acompanhar não apenas de um grande amigo, mas uma testemunha ocu¬lar da historia em questão e um de seus personagens principais. Trata-se da conquista, pelo Corinthians, do 4° Torneio Costa del Sol, realizado em 1969 em Málaga, Espanha, do qual participaram ainda o time da casa, o Málaga; o River Plate, da Argentina, e o também espanhol Barcelona - então um velho freguês do Corinthians, que derrotara o Braça nos três encontros anteriores entre os dois times, dois na Venezuela e um na Europa. O personagem levado à mesa por Nogueira e nada menos que Luís Carlos Gualter, um dos maiores zagueiros do futebol brasileiro, titular absoluto do Corinthians - onde jogou desde o infantil - de 1967 a 1974. Luís Carlos foi um dos mais implacáveis marcadores de Pele e protagonista do histórico jogo que, na noite de 6 de março de 1968, decretou a quebra do tabu de 11 anos sem vitorias do Corinthians sobre o Santos. Luís Carlos tinha então apenas 20 anos e seguiria anulando Pelé por anos seguidos na zaga corinthiana. Luís Carlos conta aqui como foi a vitória sobre o Barcelona dentro de campo; Zé Nogueira conta sua própria e não exatamente esclarecida participação fora de campo - ele estava na Espanha acompanhando a excursão com um amigo de infância, o diretor do Corinthians Elmo Franchini -, numa historia que envolve um Renault e melões com presunto. Os ouvintes atentos, a mesa, eram Pedro Barbastefano Jr., Georges Henri Foz, Wagner Carelli e Chantal Brissac, que recolheu os depoimentos a seguir do corinthiano Luís Carlos e do... saopaulino Zé Nogueira! LUIS CARLOS: UMA TACA QUE COSTOU 150 MINUTOS DE JOGO A 40 GRAUS. “Naquela época, no intervalo entre os campeonatos regionais e brasileiro, os times grandes sempre viajavam a Europa para buscar dinheiro, fazer contatos”. Naquele ano a excursão começou na América do Norte, onde disputamos e vencemos - o troféu Apolo V. Foram dois jogos muito pegados contra o River Plate, o primeiro em Montreal, no Canada, e o segundo em Nova York, nos Estados Unidos, ganhamos o primeiro por 2 a 1 e o segundo nos pênaltis, depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal. Não gostávamos de jogar contra o River nem de disputa em pênalti jogador brasileiro não gostava de disputa em pênalti e costumava perde-las -, mas ganhamos do River e nos pênaltis. Depois seguimos com o mesmo River para a Espanha, onde iriamos disputar com os times do Málaga e do Barcelona a Copa Costa del Sol, em Málaga. Nosso primeiro jogo foi contra o Málaga, enquanto o Barcelona disputava sua primeira contra o River; nos ganhamos do Málaga por 1 a 0, gol de Bene, o centroavante; por sorte o Barcelona ganhou do River na outra chave: não queríamos disputar a final contra o River, imagine, preferíamos o Barcelona. O jogo que valia a taça foi marcado para um domingo e começou a meia-noite, porque o calor era insuportável e era horário de verão. A partida terminou em 1 a 1, os dois gols marcados no primeiro tempo; fomos para a prorrogação, de 15 minutos, e não saiu gol. A regra determinava que iriamos para os pênaltis, mas não estávamos a fim de uma disputa em pênaltis aquelas alturas. Conversei com o capitão do Barcelona a sugeri a ele que disputássemos mais 15 minutos de prorrogação, com morte súbita: quem marcasse primeiro levava. Ele topou. Levei a proposta ao juiz. Ele não só me ouviu como, imagine, topou também. Eram outros tempos. Jogamos mais 15 minutos, e o gol não saiu. Outros 15, e nada ainda. Na quarta prorrogação, aos 7 minutos, o Bené marcou um gol impedido. O juiz validou, o bandeirinha também e ninguém do Barcelona reclamou: todo mundo só queria que o jogo acabasse. A taça era Linda, toda em ouro.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 13:50:53 +0000

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