VÃS TENTATIVAS DE FUNDAR A INTERCESSÃO DOS SANTOS NA - TopicsExpress



          

VÃS TENTATIVAS DE FUNDAR A INTERCESSÃO DOS SANTOS NA ESCRITURA. “No esforço de alguns fazem para mostrar que a intercessão dos santos pode se ver fundada na Escritura, eles se atormentam à toa. Dizem eles que é feita freqüente menção das orações dos anjos; e não só isso, mas também que as orações dos crentes são levadas por suas mãos até a presença de Deus. Vá lá; mas, se lhes parece bom comparar com os santos finados com os anjos, terão que provar que, como estes, aqueles são espíritos enviados para trabalhar pela nossa salvação, e que receberam o encargo e a comissão de nos guiar em todos os nossos caminhos, que eles estão ao redor de nós, e que nos admoestam, velando sempre pela nossa preservação. Porque todas essas coisas são atribuídas aos anjos, e não aos santos. Aqueles tais alegam também o que o Senhor disse a Jeremias: “Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, meu coração não se inclinaria para este povo (Jr 15:1)”. E com essa passagem eles formulam o seu argumento deste modo: “Falando assim de Moisés e de Samuel, que já estavam mortos, nau quis Deus dizer que os mortos oram pelos vivos?”. Muito ao contrário, eu argumento desta maneira: como Moisés e Samuel não oravam então pelo povo de Israel, vê-se que os mortos não fazem nenhuma oração pelos vivos. Pois, quem pensaríamos nós que, dentre os santos, tivesse solicitude pelo povo, se Moisés não era suficiente para isso, sendo que ele sobrepujou todos os demais nesse ponto? Ora, pode-se inferir das palavras do profeta que ele não fazia então nenhuma súplica. Porque, se com essas pequenas sutilezas eles concluem que os mortos oram pelos vivos, tendo Deus dito: “Ainda que Moisés e Samuel orassem”, eu terei uma razão mais patente para afirmar que Moisés, estando o povo em extrema necessidade, não orou o que se pode inferir do fato de que ao povo foi dito o seguinte: se ele ora, uma vez que Moisés suplanta todos os outros em bondade e clemência. Eis o proveito que tiram eles das suas astúcias: são feridos pela própria espada de que se julgavam munidos! Todavia, é uma verdadeira zombaria forçar dessa maneira a citada declaração violentando o seu sentido simples, pois o Senhor outra coisa não quer dizer que ele não perdoaria aquele povo nem que tivessem um Moisés ou Samuel como advogado; sendo que outrora tinha feito tanto bem atendendo às orações deles! Esse sentido se pode deduzir claramente de outra passagem semelhante, registrada em Ezequiel. Falando sobre o que faria com uma terra ou uma cidade que caísse em pecado, diz o Senhor: “Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida (Ez 14:14)”. Aí, sem dúvida, ele quis dizer: caso eles ressuscitassem e vivessem na cidade. Deixemos, pois, de lado aqueles dos quais a Escritura testifica abertamente que já terminaram a sua carreira. Por isso foi que o apóstolo Pulo, falando de Davi, não diz que ele ajuda os seus pósteros atendendo às suas orações, mas somente que ele tinha prestado serviço à sua época, “à sua própria geração (At 13:36)”. Mas eles perguntarão se eu pretendo eliminar toda a bondade demonstrada por aqueles santos, visto que durante toa a sua vida eles tiveram ardente amor e piedade. A isso respondo que não quero especular curiosamente, que é o que eles fazem pensando como pensam. Também não parece nem um pouco possível que os santos se movam por todos os lados atendendo a desejos diversos, mas é um pensamento verossímil julgar que, com resoluta e firme vontade, eles buscam o reino de Deus, que não consiste menos na confusão dos ímpios que na salvação dos crentes”. (As Institutas Ed. Especial – João Calvino – Ed. Cultura Cristã – Vol. III – p. 105-106)
Posted on: Fri, 26 Jul 2013 09:39:53 +0000

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