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estadao.br/noticias/suplementos,mau-senso,1045703,0.htm Pedro Rocha de Oliveira, no Estadão: "Ao contrário do que acontece com a violência policial exercida no centro, e contra gente branca, a opinião pública está preparada para encarar a repressão, acossamento, segregação, criminalização e brutalização sistemática dos pobres no morro e na periferia como coisa tão natural quanto a pobreza, o que já é uma violência danada. Esse bom senso moral saudou as invasões policiais como o "restabelecimento do Estado de Direito". Mas, se na favela ocupada a violência não é exceção, mas regra, tal violência não pode ser separada de um funcionamento social normal, de modo que o Estado de Direito foi para as cucuias. Se a normalidade é violenta, não há sustentação para a oposição entre violência devida e indevida. Sob ocupação policial constante, não há instituições justas e injustas, só a opressão explícita. Isso significa que os princípios da equivalência e do bom senso moral não regem a experiência social dos pobres. O processo histórico do capitalismo fez com que o clamor pela justiça tradicional coincida com as fronteiras da segregação socioeconômica e espacial das cidades contemporâneas. O que não se deixa segregar é a violência: a polícia, dando tiro na cara dos brancos, promove um tipo de "igualdade e fraternidade", bem adequado à forma social contemporânea. Ela "democraticamente" aplica no centro a mesma truculência que foi treinada para usar há décadas na periferia e no morro, com consequências que vão desde os sigilosos altos índices de suicídio entre policiais até a costumeira invulnerabilidade legal que os protege de responderem pelos "excessos" calculados que lhes são exigidos pelos capos do Executivo."
Posted on: Wed, 26 Jun 2013 13:55:16 +0000

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