É PRECISO COMPREENDER... É PRECISO DESVENDAR AS IMPLICÂNCIAS - TopicsExpress



          

É PRECISO COMPREENDER... É PRECISO DESVENDAR AS IMPLICÂNCIAS QUE NOS REMETEM AO SILÊNCIO QUANDO O ASSUNTO É A EDUCAÇÃO NO NOSSO MUNICÍPIO – É PRECISO... A verdadeira função da escola é formar o cidadão – crítico e consciente do seu papel de sujeito da própria história – responsável, portanto pela transformação da sociedade numa sociedade mais justa e igualitária, torná-lo capaz de lutar pela transformação social. A questão para nós, professores e professoras, é a de nos situarmos, política e pedagogicamente nesse quadro, assumirmos as responsabilidades, individual e coletiva, pela criação dessas práticas cotidianas que ampliem as possibilidades de superação da dominação, assumindo o contexto multicultural em que estamos imersos e a validade das diferentes formas de estar no mundo e de se inscrever no universo escolar dos alunos. Eis um desafio da vida docente que é enfrentado tanto por meio de práticas pedagógicas mais democráticas quanto pela participação em debates e reflexões mais globais em torno do trabalho escolar. É preciso saber que a luta é árdua e longa, mas isso não deve e não pode nos imobilizar. É mais uma variável a ser levada em consideração no momento das escolhas dos caminhos possíveis para o desenvolvimento da ação escolar, que será diferente em cada espaço-tempo real nos quais ela se desenvolve. A luta dos que entendemos e procuramos respeitar a diversidade do cotidiano envolve, portanto, o combate ao pensamento hegemônico, porque desqualifica os seus outros, mas não só por isso. Pensar em diversidade, em “multi”, é conceber os espaços-tempos do conhecimento e da cultura como plurais e, portanto, a não serem hegemonizados um pelo outro. A ideia é polêmica, mas necessária ao debate, na medida em que permite avançar na construção de uma perspectiva de maior respeito pela diversidade de fazeres-saberes docentes e menos formulação de modelos tão inúteis quanto desnecessários do que esses deveriam ser. É preciso superar uma dimensão de escola que promove a exclusão e que trata como “outro” os que não se enquadram nos modelos por ela implementados para “educar”, é necessário e possível. Para tal, é fundamental que nossa formação escolar tenha admiração pela existência do “outro” e o desejo de com ele interagir. Assim, é preciso [compreender] que, para o “outro”, o “outro” somos nós, para não ficarmos como o bêbado da piada de Guimarães Rosa que, ao perguntar a uma pessoa que passava, onde era o outro lado e receber a resposta, ilustrada pelo dedo indicador, – É lá, mostra toda a sua perplexidade dizendo: – Ué, eu estava lá e uma pessoa me disse que o outro lado era aqui. Não há dois lados, mas inúmeros e infinitos lados, infinidade que reveste de uma certa impossibilidade a tarefa – a nosso ver desnecessária – de que sejam traçadas fronteiras rígidas e formais. Assim como há múltiplas formas de expressão, infindáveis maneiras de compreensão, incomensuráveis modos de viver, e outras infinitas relações possíveis.
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 21:04:42 +0000

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