Dizem que um homem verdadeiramente romântico, culto e refinado - TopicsExpress



          

Dizem que um homem verdadeiramente romântico, culto e refinado não se encontra facilmente, nem mesmo com todo esse shopping a céu aberto que se tornou o mundo hoje com seu Facebook e congêneres, escolas suíças, belas-artes, salões nobres da Europa, festas em Ibzia, Mônaco, ascensão a riqueza, oportunidades reais de plena realização pessoal e profissional para aquele que realmente se destaca. Hoje quero registrar aqui um livro que me marcou profundamente capaz disso e conseqüentemente construir uma argamassa consistente por dentro de qualquer homem, e talvez por fora também! As Metamorfoses do poeta Ovídio. Esse poema épico latino em hexametros e composto de quinze livros, sendo uma das obras mais significativas da Roma Antiga. Em doze mil versos, o poeta narra 246 fabulas sobre as mudanças ocorridas em destinos contidos em velhas lendas, principalmente gregas. Venus e Adônis, Andrômeda e Perseu, Pigmaleao e Galateia, Midas, Orfeu e Eurídice, Eco e Narciso são seus personagens nesse livro extraordinário. Muitos dos símbolos arcaicos da cultura grega sobreviveram graças a essa obra inspirada, difícil de resumir pela grande variedade e pelas largas dimensões. E, como a arte grega exigia, o conjunto obedece a um ciclo e retorna sobre si mesmo, compondo uma unidade. As fabulas seguem uma ordem genealógica, por ordem topográfica ou cronológica, coordenando-se em grupos, embora com tonalidades psicológicas diversas, que o poeta a seu capricho mas com inegável talento. Ovídio aqui se parece com Eurípedes, fazendo de seus heróis dignos personagens da Roma de Augusto. Na Idade Media, Ovídio foi comparado com Virgilio e o alvorecer da Renascença saudou o poeta como um dos seus luminares. Receberam dele influência o britânico Chaucer e os poetas italianos, franceses e holandeses do século XVI. Dante, Shakespeare e Milton confessaram seu debito em relação ao autor de As Metamorfoses. Entre o século XVIII e o começo do século XX, Ovídio mergulhou em relativo esquecimento, para ressurgir depois como mestre supremo em sua arte poética. Na Arte de Amar o autor desenvolve a técnica da conquista amorosa. Acredita-se que devido a ela o poeta foi exilado. Em Os Fastos reuniu comentários das festas romanas, usando a linguagem da época. Depois vieram suas elegias sentimentais, como Os Tristes e as Ponticas, que contem as cartas que dirigiu a sua mulher, aos amigos a ao imperador. Seus apelos são tentativas para abandonar o exílio, todas inúteis. Seu banimento para a cidade do mar Negro, onde produziu boa parte de sua obra, deveu-se a uma certa indiscrição que teria cometido. Dos confins do Império, o poeta enviava seus versos e apelos, mas nenhum deles Augusto, que proibiu sua divulgação em Roma. Apesar de tudo isso, também temos uma divida incalculável com As Metamorfoses por nos repassar a sabedoria dos antigos através das incríveis historias dos deuses e heróis da mitologia grega. Obrigado Ovídio! Que a sua Arte de Amar incontestada e aplaudida em todos os tempos continue ensinando e encantando corações apaixonados por mais dois mil anos! Para Bruna Ribeiro, Mônica Andrade e Henrique Vitorino Moura Valle...
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 03:37:35 +0000

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