Fitun BOLETIM Nº 15 julho de 1997. DAVID ALEX DAITULA, de um comandante das Falintil. David Alex Daitula, Vice-Chefe do Estado-Maior das forças armadas das FALINTIL foi ferido e capturado pelas tropas indonésias, às duas horas da manhã de quarta-feira, 25 de junho de 1997, quando ele e seus soldados estavam em uma reunião num sub-distrito de Baucau. Seu ponto de encontro foi cercado por tropas indonésias. David e seus companheiros tentavam lutar contra o seu caminho para fora da cidade. David foi baleado no braço e na perna direita e não se conseguiu escapar. Os militares indonésios levaram no para a sede da Kopasus (Exercitos Especiais da Indonésia). Mais tarde, ele foi transportado no helicóptero para Díli, capital do Timor Leste. Na quinta-feira de manhã, o exército indonésio anunciou que ele estava morto. Um enterro já havia ocorrido naquela manhã. A morte súbita de David Alex marcou o fim de 22 anos de resistência armada. Ao longo desses anos, ele fez uma contribuição formidável na luta contra a ocupação indonésia em Timor Leste. Ele foi uma fonte de inspiração para muitos timorenses dentro e fora do Timor. Ele já era uma lenda antes de morrer. Estevão Cabral, primo do primeiro grau de David Alex, Editor de Fitun, deu informações em torno da capturação de David Alex, alias Daitula é o nome mais conhecido no território Timor leste. Na época, David Alex era conhecido DAITULA, é um código que usava na época de guerra. Daitula é uma palavra em dialeto makassae que significa "Rejeitar Estrangeiros" makassae é idioma de David Alix. Este é o nome que ele adotou quando se incorporou na FALINTIL. Seu nome original é David da Costa e ele nasceu em Bualale Quelicai, no final de 1940. O pai dele é José Marçal da Costa e a mãe, Amélia da Costa. Seu pai era Chefe do Suco de Bualale e aposentado. David é o terceiro filho dos cinco irmãos, entre eles, o Bartolomeu, Deolindo, Alfredo e João. O pai tinha duas mulheres, os filhos da primeira mulher são: o Celestino e irmã Carmelinda. David é filho da segunda mulher, as duas mulheres são irmãs do mesmo pai e mãe. David prestou serviço militar durante os últimos anos da administração colonial Português, ele era funcionário público de Finanças (departamento financeiro). Ingressou no pardido politico FRETILIN desde o inicio de sua fundação. Ele passou a participar o partido FALINTIL era o braço armado da FRETILIN, na época deu-se um golpe de estado liderado pelo partido de União Democrática de Timor (UDT) e resultou em guerra civil contra a FRETILIN. Ele começou a ser escolto do saudoso António Freitas, irmão do pai do David, ali se realizou uma alta classificação na FRETILIN. Quando os invasores dominaram o capital do territorial, António e David voltaram para Quelicai e lá organizaram a resistência, onde o David assumiu comandante Sector da Resistência. No final de 1976, foi promovido comandante de uma companhia elite das FALINTIL, conhecida como Forças de Intervenção 701 instalada perto do Monte de Matebian, próximo do local onde ele nasceu. No inicio de 1977, David tornou-se o segundo comando da Companhia Choque (KC), equipada por maior numero de forças e centenas de armas, era a melhor equipa da FALINTIL. A companhia foi criada para confrontar aos eventuais ataques persistentes das tropas indonésias, este foi à posição que manteve até o último bastião da resistência em Matebian, e a queda de Matebian foi ao dia 22 de novembro de 1978. Em 22 de novembro de 1978, eu estava com uma carta confidencial dos líderes da FRETILIN no leste de Matebian, do Xanana Gusmão, Txai e Mau-Hudo para ser entregue aos camaradas, Sera-Key, Ma-Huno e Solan e dois comandantes de topo, Olo-Kasa e Kilik no oeste de Matebian. O documento, no qual consta à decisão proferida de Xanana, Txai e Mau-Hudo sobre a rendição da população civil e retornarem as suas respetivas aldeias. Assim, proporcinando a FALINTIL maior flexibilidade nas estratégias de operação no terreno. Depois da entregue da carta, no caminho de volta para o leste, pelas catorze horas (14h00min), encontrei com David e seu companheiro. David disse-me que o inimigo estava no cominho por onde eu ia passar, e ele aconselhou-me a ficar com ele. O que é que posso fazer? Até então decidi-me ficar com ele porque o meu irmão Armindo e os dois irmãos dele o Alfredo e o João estavam juntos. Nesta noite, por volta das 20 horas, todos nós ficamos na esquerda de Matebian e deixamos os povos recuar para a cidade. Após queda de Matebiam, milhares de comunidades renderam-se nas mãos das tropas indonésias dai que os invasores invadiram uma pequena parte do território. Entre elas, estavam os pais de David, a minha irmã Maria, minha mãe e outros parentes próximos que sobreviveram dos ataques intensos, marítimos, aérios e terrestres, ao longo dos últimos três anos. Depois de terem “rendidas ” ao inimigo, os nossos parentes foram obrigados a ficar no campo de concentração em Quelicai. Eles não foram autorizados a viver em suas próprias casas. Estávamos muito preocupados com eles. Enquanto, neste campo de concentração, o pai do David Alex sofreu uma grave lesão no braço e ele não teve assistência médica ainda mais foi descriminado. Minha irmã Maria fez o melhor que podia por ele, lavando suas feridas, mas infelizmente ele morreu, em maio de 1979. O único filho que compareceu ao seu funeral foi Deolindo (Mau-Kelly). Eu fiquei com David Alex quase dois meses, depois da queda do Matebian. Durante esse tempo, eu me tornei um de seus dois guarda-costas. Os nossos relacionamentos pessoais tronaram-se muito próximos. Nessa altura, David, já tinha se casado e sua esposa estava com ele. Toda vez que mudamos de um lugar para outro a fim de nos despistar do inimigo, sua esposa sempre estava entre nós. Se eu estivesse na frente, ela me seguia e David andava atrás dela, ou vice-versa. Estávamos continuamente em movimento durante este período. Um dos momentos que me lembro melhor foi, quando conseguimos nos escapar do cerco do inimigo. Nós começamos nos mover a a partir das 19h00 min e tínhamos que caminhar em fila indiana a noite toda. Pouco de nós usava sapatos ou botas. No caminho, a esposa de David pisou num escorpião. A pobre mulher estava com dor terrível, mas tinha que continuar andando. Ninguém do grupo poderia ajuda-la. Ela não podia chorar também em voz alta, por medo de atrair a atenção do inimigo. David esforçou para confortá-la. Sofremos dois assaltos enquanto estávamos todos juntos. O primeiro foi em 25 de novembro de 1978, quando tentamos atravessar a estrada de Ossu para Viqueque, no caminho para a região central de Timor Leste. Tropas indonésias nos emboscados. Nós tentamos lutar o nosso caminho através, mas não conseguiu e retirou-se. Por volta de 10:00 horas estávamos sendo bombardeados por dois Broncos de 10 aviões e dois falcões Sky. Morteiros e canhões também estavam sendo disparados de Ossu durante o dia. Fomos obrigados a refazer nossos passos rechaçando os ataques como nós fomos. O segundo grande assalto foi em Edmumo na área de Uato-Lari. Em ambas as ocasiões não houve vítimas, apenas um membro da nossa companhia ficou ferido. Eu evitei um terceiro assalto, enquanto estávamos em Naha-Reca, na área de Ossu. Nesta ocasião, fomos à patrulha e, inesperadamente, encontramos um pelotão dos soldados da Indonésia, que também estava em patrulha. Durante o nosso breve período juntos, eu vi David Alex cara a cara com perigo em várias ocasiões e fiquei impressionado com o seu nível de desmaio sob fogos, seu bom julgamento como um comandante militar e sua maneira calma e cuidada de tomar decisões. David é um homem quieto e modesto. Ele também é muito macio na fala e tinha uma voz um pouco rouca. Por causa de seu comportamento geralmente calmo, os momentos em que ele expressa raiva deixou uma impressão duradoura em mim. Dentro do nosso círculo íntimo da família, eu vi seu brilho raiva em cima de um par de ocasiões, e eu tive de agir como pacificador. No entanto, sua ira rapidamente diminuiu e, em poucos minutos, ele estaria fazendo piadas e olhando alegre novamente. Ele nunca abrigou sentimentos de raiva. Em 31 de dezembro de 1978 o David e eu nos separamos. Nesta altura seguimos nossos caminhos, estávamos na sede em Lelalai, a poucas horas de distância Quelicai. O David tinha decidido que ia voltar para Lai-Vai, para o lado extremo oriente de Matebian. O meu irmão Armindo era comandate do pelotão ele ia ficar com o David. Eu fui convidado a ficar atrás para irem entregar-se ao inimigo, de modo a fazer alguns trabalhos no subsolo como a resistência clandestino dentro da cidade. Na verdade, eu fiquei com as forças das FALINTIL pelo menos mais três meses. Fui capturada no mês de março de1979. Depois da minha libertação, permaneci em contato com o David Alex, mas, infelizmente, eu nunca o vi os relatórios só que as informações entraram de vez em quando sobre as emboscadas bem sucedidas nas tropas indonésias por David e seus homens. Ao longo dos anos, ele chegou a comandar um enorme respeito entre os combatentes das Falintil e entre os membros da Resistência subterrâne-a nas cidades. Mesmo a força militar indonésias veio e reconhecê-lo como uma figura-chave na resistência. Um documento da inteligência indonésia capturado por FALINTIL no início de 1980. David Alex Daitula, é David da Costa, nasceu em Bualale-Quelicai no final de 1940 e foi capturado em Baucau em 25 de junho de 1997. Seu paradeiro é desconhecido. David, vamos lembrar-nos de você. A Luta continua! Estêvão Cabral. Este breve história recebeu pelo amigo Maubere Gusmão ele enviou em língua tetun e inglês pediram-me para se transcrever o texto na versão portuguesa. Sou Brígida da Silva Pinto e Cruz “ BITALI “ . (MUBELFOI) Sek. temporáriu, Kampus Fisip UNTL, no kontaktu, +670 77322480 +67077412489 arancha.castelo@yahoo, Maubere81@gmail, ofasth@yahoo JULGA KRIMINOZU HALAKON KOMBATENTE SIRA FORSADAMENTE IHA TRIBUNAL INTERNASIONAL Nudár ema hotu hatene katak Timor Leste halo ona Restaurasaun Independénsia ba tinan 11 maibé povu tomak sei hein nafatin sira nia ema sira ne’ebé lakon durante okupasaun ilegál Indonézia nia. Indonézia nia okupasaun iha Timor-Leste halakon ema barak ho obrigatóriamente ne’ebé viola lei funu no lei humanitarian internasionál ne’ebé Indonézia sai membru ona antes invade Timor-Leste. Invazaun ne’e akontese iha momentu ne’ebé mundu hahú deskolonizada no Timor-Leste iha tranzisaun atu forma nia estrutura estadu nudár nasaun ida iha mundu. Iha 20 de Agostu 2013 Estado Timor Leste komemora loron istóriku ba Forsa Armada da Libertasaun Nasionál Timor Leste (FALINTIL) no iha tempo hanesan realiza desmobilizasaun FALINTIL ba fase datoluk ne’ebé sei realiza iha Betano-Same. Falintil simu misaun nudár defensór ba povu no territóriu Timor Leste iha momentu ilegalmente Indonézia invade no halo aneksasaun. Iha prosesu luta ba Timor Leste nia ukun rasik a’an kombatente wain tebes sakrifiika nia vida ho forma barak, balun mate iha liña funu nia, balun kaptura no hetan torturasaun no simu violasaun direitus umanus seluk tan iha rejime kruél Suharto nia. Komandante David Alex (DAITULA) hetan kaptura iha tinan 1997 iha Distritu Baucau no nia sofre kilat musan husi inimigu militár Indonesia nia, hodi rezulta kanek no to’o oras ne’e daudaun Estadu Timor Leste no Indonesia formalmente seidauk hatete Komandante famozu ne’e nia pardeiro. Ho razaun hirak ne’ebé temi iha leten mak ami nudár jerasaun foun ba rai ida ne’e hakarak husu ba ulun boot sira husi Timor Leste no Indonesia mak hanesan tuir mai ne’e: a. Husu ba estadu Timor Leste katak tempu to’o ona atu koopera másimu ho estadu Indonézia hodi hateten sai ba povu Timor-Leste no mundu tomak kona-ba Komandante David Alex (DAITULA) nia paradeiru inklui fó sai publikamente paradeiru heroi Vicente Reis (SAHE), Clik Uagae, Mahudu Ran Kadadak, Rodak, Sabalae no sira seluk ne’ebé ami la temi hotu iha ne’e, ne’ebé lakon to’o agora sei nafatin mistériu hela. b. Ami husu ba ukun na’in Timor Leste nia atu labele kari rai rahun ba povu nia matan hodi hateten katak Timor Leste tenke hametin relasaun estadu ho Indonesia nune’e ita labele lori autór kriminozu sira ba prosesu judisiál. Tanba mai ami nia perspetiva Timor Leste agora no iha futuru tenke hametin relasaun di’ak ho estadu Indonézia maibé la’ós ho meius taka dalan ba justisa. c. Ami ho lian makas husu nafatin ba ONU no Komunidade Internasionál atu konsidera karta Nasoins Unidas, Konvensaun Internasionál no relatóriu violasaun direitus umanus sira kona-ba Timor Leste ne’ebé rekomenda harii Tribunal Internasionál ida ba autór kriminozu nune’e bele hakotu korrente impunidade iha futuru no hametin estadu direitu demokrátiku d. Husu mós ba Kombatentes no Veteranu sira atu pro ativu iha luta ba imi nia kampaneriu sira ne’ebé imi uluk luta hamutuk maibé too agora sira nia paradeiru sei kontinua mistériu hela iha povu tomak nia oin. e. Husu ba komponente hotu (Estudante no Juventude sira, Relijiozu sira, Ativista Direitus Umanus Nasionál no Internasionál sira, Família Heroi no Povu tomak) ne’ebé hala’o nia knaar iha area justisa atu firme luta kontinua nune’e atinje hakotu korrente impunidade iha Timor Leste. HATETEN LIA LOS BA KOMANDANTE DAVID ALEX (DAITULA), VICENTE REIS (SAHE), CLIK UAGAE, MAUHUDU RAN CADALAC, RODAK, SABALAE, REMIGIO NO SIRA SELUK NIA LAKON. Dili, UNTL 19/08/2013 Maria Arancha Ana Castelo Portavós
Posted on: Sat, 14 Sep 2013 07:11:41 +0000
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