Não vou muito com os textos do Reinaldo Azevedo, da Veja, mas uma coisa que ele escreveu é real: Os jovens foram as ruas e requereriam muitas coisas (palpáveis, ao meu ver, em contraponto ao que ele chama de utópicas). Agora, no dia 11, houve essa tentativa dos sindicatos pelegos de chamar a multidão para um "dia nacional de lutas". Tonitruante fracasso. Pois bem, o articulista desenvolve a tese, com a qual concordo, de que estamos muito mal representados, não queremos nos associar a partidos, a sindicatos, a bandeiras, a ideologias (não quero analisar se isso é viável ou não, não é o ponto aqui). Então, vamos às ruas e reivindicamos o que nos aflige, o que nos preocupa e revolta. Mas e as aspirações de segmentos da sociedade que não podem - por limitações espaciais, físicas etc - protestar? Que não contam com "apoio midiático". Quem pode botar a boca no trombone solicitando o fim do fator previdenciário e da correção anódina para quem ganha acima de um salário mínimo? Quem vai reivindicar pela assistência jurídica gratuita aos pobres nos estados que não contam com defensória pública? E aos desalojados de Belo Monte? Em um momento que recrudescem os anseios por governo menos corrupto e por conquistas sociais mínimas a quem paga tanto de tributos, fica latente que somente parte da sociedade será beneficiada por essa sacudida iniciada no movimento do mês passado. Conquistas, sim, mas que serão isoladas, se não mudar o que realmente importa que é a ausência quase total de representatividade dos atores políticos da nossa sociedade.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 19:43:00 +0000