Reflectindo, parte I Estamos a assistir nos últimos tempos ao - TopicsExpress



          

Reflectindo, parte I Estamos a assistir nos últimos tempos ao crescimento de uma verdadeira onda de desistentes. Falo concretamente nos que desistem de ver, ler ou ouvir as notícias. E tudo isto não porque as notícias não sejam verdadeiras ou enfermem de falta de rigor. Nada disso. Apenas se tornaram demasiadamente monótonas. E deprimentes. Já sabemos que a situação financeira do País é má. Já sabemos que a Europa está em crise. Já sabemos que o mundo inteiro está enfermo. E já sabíamos isto há 6, há 5, há 4, há 3, há 2 e há 1 mês atrás. Logo, apesar de continuar a ser verdade, já não é notícia por não constituir novidade. Notícia seria mostrar o que de bom se faz neste País. Mostrar o que nos distingue dos demais, e alimenta o nosso ego. Porque apesar da crise mundial, nós Portugueses continuamos a ser líderes em muitos campos. Continuamos a produzir como ninguém os mesmos produtos que sempre nos deram a imagem de qualidade que colectivamente julgamos não ter. E isto também não é novidade. A diferença é que isso, ao contrário das más notícias, não faz parangonas nos jornais, nem abertura de noticiários. E devia! Logicamente não é fácil mudar mentalidades de quem decide o que passa nas nossas TVs, jornais, ou rádios. Eles são como o Português comum, pessimistas. A solução passa por isso por cada um de nós, qual formiga neste formigueiro chamado Portugal. Se nos empenharmos na divulgação do sucesso das empresas Lusas que conhecemos a situação não muda repentinamente, mas ajudaremos a retirar uma pedra ao muro da indiferença que nos separa do que de bom se faz por cá. A pouco e pouco a nossa auto-estima colectiva crescerá, fomentando a auto-confiança e ajudando assim a potenciar o nosso próprio crescimento. É esta falta de auto-estima que nos distingue dos outros Povos. Talvez por sermos pessimistas natos, não valorizamos o que temos, e não o publicitamos tanto como devíamos. Um exemplo disso mesmo é o vinho do Porto. Apesar de conhecido e apreciado mundialmente, e de não ter concorrência directa, encontramos excelentes garrafas de vinho do Porto á venda por essa Europa fora a preço incrivelmente baixo. Mas já nós compramos garrafas de whisky de qualidade duvidosa a bom preço. E, no terreno, conhecemos as dificuldades dos produtores, pequenos e grandes. E já nem é preciso falar na casa do Douro. Estamos na altura ideal para nos perguntarmos porquê. Porque somos assim? Porque valorizamos mais o que nos vem de fora do que o que produzimos? Porque insistimos neste comportamento que tantos desequilíbrios provoca na nossa balança comercial? A raiz deste comportamento poderá vir da longínqua época dos descobrimentos em que os nossos antepassados se habituaram a viver à sombra de tudo o que jorrava das empreitadas ultramarinas. Então, o que distinguia um de outro nobre era a maior ou menor exclusividade dos bens que recebia de paragens longínquas. As novidades vinham de fora… Por outro lado o povo beneficiou durante a Dinastia de Bragança de uma total isenção de impostos que durou 120 anos! Havia riqueza para todos. Já não é assim. E o facto de resmungarmos pessimisticamente por todo lado, nem resolve o problema nem nos leva a lado algum. Hoje como sabemos a realidade é diferente e difícil. Temos por isso que alterar comportamentos, e perceber que se comprarmos produtos nacionais, não estamos apenas a contribuir para um fim mais ou menos opaco do equilíbrio da balança comercial e diminuição do deficit. Estamos na verdade de garantir os empregos dos nossos vizinhos, dos nossos amigos, dos nossos familiares. E indirectamente garantimos os nossos próprios empregos. Mantemos o tecido económico Nacional. É ao salvá-lo que nos salvamos! Logicamente nenhum Governo pode incitar de forma directa esta forma de proteccionismo. Mas não há nada que impeça a iniciativa popular de o fazer. Não basta comprar Português, é preciso também promover o que é nosso! Temos cerca de 4 milhões de Portugueses fora de Portugal. Não poderíamos escolher melhores embaixadores! Há não só que os incentivar a promover o que é nosso, mas também convidá-los a divulgar o que por cá temos e fazemos. A nós que estoicamente por cá resistimos, cabe-nos não deixar ficar mal os nossos patrícios, e fazer deste País algo que a todos nos orgulhe. Afinal, somos ou não somos feitos da mesma massa dos Portugueses que descobriram o mundo? Carlos Costa
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 23:05:49 +0000

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