[Turbilhão] Artista é realmente tudo Vagabundo: Van Gogh, - TopicsExpress



          

[Turbilhão] Artista é realmente tudo Vagabundo: Van Gogh, Mozzart, Bach, Zequinha de Abreu, Debussy, Rodin etc, etc e tal e qual. Tudo Vagabundo. O grau de vagabundagem do artista é inversamente proporcional ao valor, em dinheiro, da obra que ele produz? Deve ser algo assim. (E isso independe do fato das cifras serem póstumas ou não). O valor que um artista tem, que uma obra tem, é cada vez mais e mais, e há muito tempo, diretamente proporcional ao valor de mercado desse artista, dessa obra. E por assim o ser, e por sermos cada vez mais passivos a tudo, passamos cada vez mais e mais a consumir arte de qualquer tipo, de qualquer forma. Arte que passaram a dizer ser arte. Arte que valorizamos por tabela. Arte? Pois bem. Vai nos faltando cada vez mais sensibilidade, uma mínima capacidade que seja de construirmos uma relação que nos seja própria com qualquer obra que seja. Cada vez mais temos muito menos do que poderíamos ter. Cada vez mais não fazemos ideia do que gostaríamos de consumir, de beber, de comer, de olhar, de sentir. Cada vez mais somos cada vez menos. Vamos sendo afogados, sufocados, quase que espancados por uma horda cada vez mais crescente de ídolos fabricados. Onde estarão os Elvis Presley de hoje? Essa gente que tinha em si uma magia que por assim o ser os tornava quase eternos por conta daquilo que faziam seus milhares e milhares de fãs sentirem, viverem, serem. Elvis realmente não morreu. Elvis não era carne e osso. Elvis era Elvis. Único e estonteantemente incrível. Ele e mais uns outros tantos desces seres banhados de imenso carisma e capacidade de criação e comunicação avassaladoras. A tal da “star quality”. Onde estarão os Elvis de hoje? Nunca saberemos. Capaz que um ou outro ainda consiga se fazer perceber em meio a essa avalanche de ícones fabricados. Desses tantos que hoje nos cercam e não se sustentam. Surgem e morrem. E morrem fácil porque nunca nada foram. Engodo. Puro engodo. Meros perecíveis objetos produtores de cifras. E nós, bobos, na sede de algo que nem ao menos sabemos o que é, mas num vazio de ser, numa necessidade de ter que admirar, numa ânsia de paixão, como que num vício congênito, engolimos, e com prazer, qualquer droga que passem a nos oferecer. Não que abafar a arte seja algo novo. Não que tentar definir o que deve e o que não deve ser consumido, o que pode e o que não pode ser criado, quem pode e quem não pode e etc. Não que essas coisas sejam novas. Cada tempo por seu motivo assim o fez e me parece continuar fazendo. Por todos os séculos e séculos muito deixou de existir pelos motivos mais diversos, pelas razões mais estapafúrdias. Quantas Tarsilas e Chiquinhas deixaram de existir, passando a vida em meio a seus próprios sonhos com suas incríveis e belas criações trancafiadas em seus próprios mundos pois não era julgado apropriado que elas expressassem qualquer coisa que fosse a não ser obediência? E nós aqui, agora, sem podermos desfrutar dessa infinidade de belezas. Tanta magia abortada, privada de ser. Prestemos atenção no que vemos. Busquemos em nós o que nos agrada, o que nos faz sonhar, o que de fato nos causa verdadeiro deleite. Percebamos o que pra nós, realmente é, realmente significa, realmente toca. Não abafemos, desprezemos nem aviltemos as criações que não entendemos, que não amamos, pois outros a entenderão e amarão. Espalhemos pelo mundo, aos quatro ventos, o conhecer e saber de tudo aquilo que descubramos por nós mesmos, por nosso olhar, por nosso tato, por nosso paladar e olfato, por nosso sentir, como sendo sublime, como sendo belo, como sendo amável, adorável, idolatrável, eterno. E mais que tudo, criemos também, e muito. Que todas as coisas sejam por serem.
Posted on: Sat, 07 Sep 2013 19:34:31 +0000

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