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*** w06 1/6 pp. 16-20 Sirvo alegremente apesar da deficiência física *** Biografia Sirvo alegremente apesar da deficiência física NARRADA POR VARNAVAS SPETSIOTIS Em 1990, aos 68 anos, fiquei totalmente paralisado. No entanto, já por cerca de 15 anos sirvo alegremente como ministro de tempo integral na ilha de Chipre. O que me dá forças para continuar ativo no serviço de Jeová, apesar de minha deficiência física? NASCI numa família de nove filhos — quatro meninos e cinco meninas — em 11 de outubro de 1922. Morávamos no povoado de Xylophagou, em Chipre. Embora meus pais tivessem uma situação financeira relativamente boa, criar uma família grande como essa envolvia trabalhar muito na lavoura. Meu pai, Antonis, era curioso por natureza e gostava de estudar. Pouco depois de eu nascer, ao visitar o professor do povoado, meu pai viu um tratado intitulado Peoples Pulpit (Púlpito do Povo), publicado pelos Estudantes da Bíblia (como eram conhecidas as Testemunhas de Jeová). Ele começou a ler o tratado, e o conteúdo logo prendeu sua atenção. Em resultado disso, meu pai e um de seus amigos, Andreas Christou, estavam entre as primeiras pessoas na ilha a se associar com as Testemunhas de Jeová. Aumento apesar da oposição Com o tempo, os dois conseguiram mais publicações das Testemunhas de Jeová, baseadas na Bíblia. Logo, meu pai e Andreas sentiram-se motivados a falar a seus vizinhos sobre as verdades bíblicas que aprendiam. Essa atividade de pregação causou muita oposição do clero ortodoxo grego e de outras pessoas que achavam que as Testemunhas de Jeová eram uma influência prejudicial. Apesar disso, muitas pessoas da localidade respeitavam esses dois instrutores da Bíblia. Meu pai era bem conhecido por sua bondade e sua generosidade. Ele com freqüência ajudava as famílias pobres. Às vezes, saía de fininho no meio da noite e deixava trigo ou pão à porta de famílias carentes. Essa generosidade cristã tornava ainda mais atraente a mensagem que meu pai e Andreas pregavam. — Mateus 5:16. O resultado foi que cerca de dez pessoas aceitaram a mensagem bíblica. À medida que aumentava seu apreço pela verdade, elas sentiram a necessidade de se reunir em vários lares para estudar a Bíblia em grupo. Por volta de 1934, Nikos Matheakis, ministro de tempo integral da Grécia, chegou a Chipre e encontrou-se com o grupo de Xylophagou. Com paciência e determinação, o irmão Matheakis ajudou o grupo a se organizar e a adquirir um entendimento melhor das Escrituras. Esse grupo, mais tarde, tornou-se a primeira congregação das Testemunhas de Jeová em Chipre. À medida que a obra cristã progredia e mais pessoas aceitavam a verdade bíblica, os irmãos viram a necessidade de ter um local permanente para realizar as reuniões. Meu irmão mais velho, George, e minha cunhada, Eleni, ofereceram o celeiro que ficava ao lado da casa deles. Esse celeiro foi reformado e transformado em um local adequado para as reuniões. Assim, os irmãos passaram a ter um Salão do Reino próprio, o primeiro na ilha, e sentiram-se muito gratos. Isso deu um ímpeto e tanto para mais aumento! Convenci-me da verdade Em 1938, quando eu tinha 16 anos, decidi ser carpinteiro. Por isso, meu pai me mandou para Nicósia, a capital de Chipre. Sabiamente, ele providenciou para que eu ficasse na casa de Nikos Matheakis. Muitos na ilha ainda se lembram desse irmão por causa de seu zelo e hospitalidade. Seu grande entusiasmo e sua coragem constante eram qualidades necessárias para qualquer cristão em Chipre naquela época. O irmão Matheakis me ajudou muitíssimo a ter uma base sólida de conhecimento bíblico e a fazer progresso espiritual. Enquanto fiquei na casa dele, assisti a todas as reuniões que eram realizadas ali. Pela primeira vez, senti que meu amor por Jeová estava aumentando. Fiquei determinado a desenvolver uma relação significativa com Deus. Dentro de poucos meses, perguntei ao irmão Matheakis se eu poderia trabalhar com ele no serviço de campo. Isso foi em 1939. Algum tempo depois, fui visitar minha família. Ficar um pouco com meu pai aumentou minha convicção de que eu tinha encontrado a verdade e o significado da vida. Em setembro de 1939, começou a Segunda Guerra Mundial. Muitos jovens da minha idade se alistaram no exército, mas, seguindo a orientação da Bíblia, decidi me manter neutro. (Isaías 2:4; João 15:19) Naquele mesmo ano dediquei-me a Jeová, e em 1940 fui batizado. Pela primeira vez, senti-me livre do temor do homem. Em 1948, casei-me com Efprepia. Fomos abençoados com quatro filhos. Logo nos demos conta de que tínhamos de nos esforçar muito para criá-los “na disciplina e na regulação mental de Jeová”. (Efésios 6:4) Nossas orações e nossos esforços se concentraram em incutir em nossos filhos profundo amor a Jeová e respeito por suas leis e princípios. Desafios por causa de problemas de saúde Em 1964, aos 42 anos, comecei a sentir uma dormência na mão e na perna direita, que aos poucos se espalhou para o lado esquerdo do corpo. O diagnóstico foi atrofia muscular, uma doença incurável que, com o tempo, leva à paralisia total. Fiquei muito abalado com essa notícia. As coisas aconteceram muito rapidamente e de forma inesperada. Cheio de raiva e indignação, pensei: ‘Por que isso tinha de acontecer comigo? O que fiz para merecer isso?’ Com o tempo, porém, consegui superar o choque inicial do diagnóstico. Mas depois fui fortemente acometido por sentimentos de ansiedade e incerteza. Muitas perguntas passavam o tempo todo pela minha mente. Será que eu ficaria totalmente paralisado e teria de depender dos outros para tudo? Como eu iria lidar com a situação? Será que conseguiria prover o sustento para minha família — a esposa e os quatro filhos? Eu realmente tremia só de pensar em tudo isso. Nesse ponto crítico da minha vida eu senti, como nunca antes, a necessidade de recorrer a Jeová em oração e de falar-lhe com toda a sinceridade sobre minhas preocupações e ansiedades. Eu orava dia e noite com lágrimas nos olhos. Mas logo fui consolado. As palavras confortadoras de Filipenses 4:6, 7 mostraram-se verazes no meu caso: “Não estejais ansiosos de coisa alguma, mas em tudo, por oração e súplica, junto com agradecimento, fazei conhecer as vossas petições a Deus; e a paz de Deus, que excede todo pensamento, guardará os vossos corações e as vossas faculdades mentais por meio de Cristo Jesus.” Como lidei com a paralisia Meu estado de saúde continuou a piorar. Percebi que tinha de ajustar-me rápido à nova situação. Visto que eu não podia mais trabalhar como carpinteiro, resolvi arranjar um trabalho mais leve, compatível com minha condição física, mas que, ainda assim, me possibilitasse ganhar o suficiente para sustentar minha família. Comecei vendendo sorvete num pequeno furgão. Fiz isso por cerca de seis anos, até que a doença me deixou confinado a uma cadeira de rodas. Então troquei esse trabalho por vários outros mais leves, compatíveis com as minhas limitações. Desde 1990 minha saúde vem piorando a ponto de eu não conseguir mais fazer nenhum trabalho remunerado. Hoje dependo totalmente da ajuda de outros, até mesmo para fazer coisas que seriam corriqueiras para uma pessoa sadia. Preciso de ajuda para me deitar, tomar banho e me vestir. Para assistir às reuniões cristãs, preciso ser levado na cadeira de rodas até o carro, e depois levantado e colocado dentro dele. No Salão do Reino, preciso ser tirado do carro, colocado de volta na cadeira de rodas e então empurrado para dentro do Salão. Durante a reunião, um aquecedor elétrico é colocado perto de mim para aquecer meus pés. Mas apesar da paralisia, sou bem assíduo às reuniões. Compreendo que é lá que Jeová nos ensina, e estar com meus irmãos e irmãs espirituais é um verdadeiro refúgio e uma fonte de apoio e encorajamento. (Hebreus 10:24, 25) Visitas regulares de irmãos espiritualmente maduros têm sido uma ajuda constante para mim. Sinto-me assim como Davi: “Meu copo está bem cheio.” — Salmo 23:5. Minha querida esposa tem sido uma maravilhosa ajudadora todos estes anos. Meus filhos também são muito generosos em me dar apoio. Já por muitos anos eles me ajudam com as necessidades do dia-a-dia. O que eles fazem não é fácil, e com o passar dos anos fica cada vez mais difícil cuidar de mim. Eles são realmente exemplares em cultivar a paciência e em dar de si, e oro para que Jeová continue a abençoá-los. A oração é outra provisão maravilhosa de Jeová para fortalecer seus servos. (Salmo 65:2) Em resposta às minhas súplicas sinceras, Jeová tem me dado forças para continuar na fé todos estes anos. Principalmente quando estou desanimado, a oração traz alívio e me ajuda a manter a alegria. A comunicação constante com Jeová me revigora e renova minha determinação de continuar. Estou mais do que convencido de que Jeová ouve as orações dos seus servos e lhes dá a paz mental de que precisam. — Salmo 51:17; 1 Pedro 5:7. O que é mais importante, sinto-me revigorado toda vez que me lembro que Deus, por fim, curará todas as pessoas que forem abençoadas com a vida no Paraíso sob o Reinado do seu Filho, Jesus Cristo. Por várias vezes, lágrimas de alegria correram pelo meu rosto ao meditar nessa maravilhosa esperança. — Salmo 37:11, 29; Lucas 23:43; Revelação (Apocalipse) 21:3, 4. O serviço de tempo integral Por volta de 1991, depois de analisar minha situação, percebi que o melhor modo de não sentir pena de mim mesmo era me manter ocupado em falar a outros sobre as preciosas boas novas do Reino. Naquele ano, comecei a servir como ministro de tempo integral. Visto que sou deficiente, a maioria das vezes dou testemunho por carta. Mas, para mim, escrever não é nada fácil; é preciso muito esforço. É difícil segurar a caneta com firmeza, por causa da fraqueza na mão causada pela atrofia muscular. Mas, com perseverança e oração, dou testemunho por meio de cartas já por mais de 15 anos. Também uso o telefone para pregar às pessoas. Nunca perco a oportunidade de falar aos que me visitam — parentes, amigos e vizinhos — sobre a minha esperança do novo mundo e do Paraíso na Terra. Já tive muitos resultados animadores. Fiquei muito contente de ver um dos meus netos, com quem estudei a Bíblia uns 12 anos atrás, fazer progresso espiritual e mostrar apreço pela verdade bíblica. Motivado por sua consciência treinada pela Bíblia, ele continua leal e constante na questão da neutralidade cristã. Fico especialmente feliz quando as pessoas a quem escrevo me contatam para obter mais informações a respeito da Bíblia. De vez em quando, algumas delas pedem mais publicações bíblicas. Por exemplo, uma senhora me telefonou para agradecer pela carta animadora que enviei ao seu marido. Ela achou os pensamentos na carta muito interessantes. Isso resultou em muitas conversas sobre a Bíblia com ela e seu marido em minha casa. Motivos para alegria e esperança No decorrer dos anos, vi o número de proclamadores do Reino aumentar nesta parte do mundo. Aquele pequeno Salão do Reino perto da casa de meu irmão George foi ampliado e reformado várias vezes. É um belo local de adoração, usado por duas congregações das Testemunhas de Jeová. Meu pai morreu em 1943, aos 52 anos. Mas que herança espiritual ele deixou! Oito de seus filhos aceitaram a verdade e ainda servem a Jeová. No povoado de Xylophagou, onde meu pai nasceu, e nos povoados vizinhos, há agora três congregações com um total de 230 publicadores do Reino! Resultados positivos como esses me dão muita alegria. Atualmente, com 83 anos, repito confiantemente as palavras do salmista: “Os próprios leões novos jubados tiveram pouca coisa e passaram fome; mas, quanto aos que buscam a Jeová, não carecerão de nada do que é bom.” (Salmo 34:10) Aguardo ansiosamente o tempo em que se cumprirá a profecia registrada em Isaías 35:6: “Naquele tempo o coxo estará escalando como o veado.” Até esse tempo chegar, estou determinado a continuar servindo a Jeová com alegria, apesar de minha deficiência física. [Mapa na página 17] (Para o texto formatado, veja a publicação) TURQUIA SÍRIA LÍBANO CHIPRE Nicósia Xylophagou Mar Mediterrâneo [Foto na página 17] O primeiro Salão do Reino em Xylophagou, ainda em uso [Fotos na página 18] Com Efprepia em 1946 e atualmente [Foto na página 20] O testemunho por telefone e por carta me dá alegria
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 20:32:09 +0000

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