DECEPÇÃO!!!!!!! VEJAM! "Eu não sou jornalista. Eu não tive - TopicsExpress



          

DECEPÇÃO!!!!!!! VEJAM! "Eu não sou jornalista. Eu não tive que cobrir a manifestação contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo nem no Rio. Eu não sou uma das várias pessoas feridas, dentre elas, sete repórteres. Eu não sou policial. Eu não fui obrigada a agir com violência em momento nenhum. Meus superiores não me deram ordens. Eu não tenho superiores. Eu não quebrei o vidro do meu próprio carro pra forjar qualquer situação. Eu não feri ninguém. Eu não sou o Arnaldo Jabor, portanto não afirmo com minha superioridade que a maioria dos manifestantes é filho de classe média, nem que não havia pobres ali. Eu não trabalho para a Globo. Eu sou simplesmente uma estudante. De classe média, talvez. Estudo numa faculdade elitizada e, no entanto, convivo com pessoas de tudo quanto é tipo. Enquanto uns têm motorista, outros pegam trem. E metrô. E ônibus. Às vezes, tudo numa mesma viagem. Eu sou de classe média e ando de ônibus. Pessoas com mais dinheiro que eu (muitas) também fazem uso do transporte público. As que têm menos, então, nem se fala. Mas todos nós, de classe média, temos acesso à informação. E temos educação o suficiente para nos interessarmos por ela. Temos tudo isso em mãos e, ironicamente, somos feitos de idiotas há gerações. Arnaldo Jabor, o senhor está correto. A maioria realmente deve ser de classe média, porque pobre só se manifesta quando sua bolsa-família não vai bem. Para eles, aumentar vinte centavos na passagem de ônibus deve ser péssimo, mas e daí? Quem paga é o governo. Vale lembrar que muitos deles não trabalham, (sobre)vivem desse cala-a-boca que o governo oferece. Os pobres não vão à escola, quiçá à faculdade. Não têm conhecimento para falar sobre impostos, juros e taxas. Assistem TV, simplesmente. Ser de classe média não me dá nem me tira direito nenhum. Pago R$2,95 como qualquer pessoa: branca, negra, gay, católica, rica, evangélica, pobre. Ser de classe média me possibilitou aprender política e, ainda que saiba muito pouco, tenho certeza de que o "ódio tão violento contra a cidade" não é contra a cidade, e sim contra o que fizeram com ela. Mas não sejamos tolos, o senhor sabe disso, afinal certamente teve uma boa educação para estar onde está. "No fundo, tudo é uma imensa ignorância política", não é? Se "a causa é a ausência de causa", pra que protestar contra a PEC 37? A impunidade já se faz presente há anos, não precisa mais de lei. A manifestação não é uma vingança, como o senhor se questionou. Não é rebeldia, não é baderna – a princípio, não era pra ser. A manifestação é um direito que, como o senhor mesmo disse, não dá as caras nesse país paralisado há séculos. E não é pelos vinte centavos, mas pela vergonha de dá-los de mão beijada e não ver retorno nenhum. Em nada. Nem no transporte público, nem na saúde, nem na educação. É pelo abuso moral e social que todos nós, não só de classe média, somos submetidos todos os dias. De grão em grão a galinha enche o papo; de vinte em vinte, são bilhões a mais para um governo estático e corrupto. Faça suas contas, o senhor tem estudo para isso. Mas eu sou estudante, senhor Jabor. De jornalismo, inclusive. E senti vergonha ao ver seu vídeo. Tenho quase vinte anos e já não acredito que algo vá mudar – o que, na minha opinião, é muito triste. Mas espero que saiba que se, algum dia, a mudança vier, não vai ter sido por você, nem por mim, mas por todos que o senhor disse não valer nem vinte centavos." - Ana Luisa Ferraz
Posted on: Fri, 14 Jun 2013 20:49:39 +0000

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